O fim de ano se aproxima e com ele, festas e celebrações para comemorar mais um ano que está por vir. As duas parcelas do 13º salário já chegaram e você se vê diante da oportunidade de começar um novo ciclo nas finanças.
O 13º pode organizar as suas contas ou ser o início de novas dívidas. Tudo depende de como você vai usar esse recurso extra. Uma parcela dos brasileiros tende a ter hábitos que não necessariamente contribuem para o equilíbrio do orçamento.
Leia os próximos parágrafos e veja se você se reconhece neles.
Jeitinho brasileiro
Final de ano é o momento de fazer “aquela fézinha” no costumeiro jogo de azar. Por trás desse hábito, está a crença de que o próximo ano pode ser diferente. Isso se o destino compactuar com a sua sorte.
Para o Natal, você já desembolsou uma grana com presentes para as pessoas mais queridas. E, claro, você não ia esquecer de si mesmo. Afinal, o ano foi difícil e você merece um presenta a altura da sua dedicação.
Para o Réveillon , comprou o melhor espumante e fez questão de começar o ano com o pé na areia. Afinal de contas, é mais que merecido!
Muito provavelmente você já comprometeu todo o seu 13º e nem se deu conta. Principalmente, se gastou no cartão de crédito. As contas do começo do ano? Depois, você dá um jeito.
Encare os boletos de frente
Chega janeiro. A aposta na Mega Sena da virada não deu certo. Você esbanjou o que podia e o que não podia em festas, presentes, comemorações. Fez a melhor viagem no Réveillon.
Então, na primeira semana do ano, como em um passe de mágica, o boleto do IPTU aparece, o IPVA chega, a anuidade do clube e a matrícula das crianças precisa ser renovada.
Juntas, destas contas têm também as despesas com o uniforme da escola e os materiais escolares. E começa tudo de novo, e aquela desejada sorte nunca chega! Será que nunca vai chegar?
Esse, infelizmente, é um ciclo que se repete nas famílias brasileiras. Boletos que poderiam ser pagos à vista, com desconto são parcelados em vários meses.
Quebre o ciclo da infelicidade
Esse mal hábito compromete, já no começo do ano, o orçamento do ano inteiro. Com isso, a saída é contar com a chegada de alguma receita extra. Ou então, o próximo 13º salário.
Com isso, pequenas dividas são criadas, pressionam o orçamento, e a situação se repete: o carro novamente não será trocado esse ano, a viagem de férias terá que ser adiada, aquele curso para dar um empurrão na carreira fica para a próxima.
Mais uma vez, planos pessoais e profissionais são abandonados. Está na hora de mudar isso e quebrar esse ciclo.
Mas como mudar?
Se existem dívidas, o 13º deve ser usado para quitá-las e eliminar qualquer tipo de pendência.
- Empréstimo pessoal não planejado
- Despesas com juros do cheque especial
- Rotativo do cartão de crédito
- Dívidas em atraso
Todas essas situações podem e devem ser quitadas com o 13o para começar o ano sem pendências.
Se não há dívidas, mas os compromissos do começo do ano pressionam o orçamento, o 13º deve ser usado para pagar essa responsabilidades. Dessa forma, você alivia o orçamento durante o restante do ano.
Por exemplo, aproveite que pagamentos à vista oferecem desconto e pague despesas como impostos, matrículas, material escolar ou algum outro imprevisto que possa ocorrer nessa fase.
Aprenda a se pagar
Outra prática que funciona muito caso você já tenha o costume de fazer a anotação do seus gastos é diluir as parcelas dos impostos e “se pagar”. Como assim?
Divida o valor total dessas obrigações por 12 e deposite a “parcela” mensalmente em uma conta separada. Assim, quando chegar realmente a hora de pagar o boleto, o dinheiro já estará organizado.
Use bem seu aliado
Seja qual for o destino do seu 13o, o que você precisa ter em mente é que ele pode ser um ótimo aliado no seu planejamento e uma oportunidade para você acabar com esse ciclo indesejado.
Eu te asseguro que junto com o equilíbrio financeiro durante o ano todo, virá sua tão perseguida e desejada “sorte”.
Leonardo Lamounier é consultor de gestão de negócios e educador financeiro. É especialista em investimentos e private banking pelo IBMEC, com certificação em Avaliação de Empresas, Fusões e Aquisições e Valuation pela escola de negócios Saint Paul, de São Paulo.
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