Renda Extra Informal Sustenta Volta do Consumo de Supérfluos, diz Pesquisa

Renda Extra Informal Sustenta Volta do Consumo de Supérfluos, diz Pesquisa

Após muitos anos de recessão, o povo brasileiro já está conseguindo comprar coisas supérfluas, como itens de vestuário, beleza e higiene.

Dados apontam que, na maioria das vezes, esse dinheiro que traz alívio no orçamento e que “sobra” depois de pagar as contas básicas, está vindo de algum tipo de renda informal.

O estudo 360º Consumer View, divulgado esse mês pela Nielsen, atribui que entre as famílias que têm renda informal, o volume de despesas com estes itens cresceu significativamente e o responsável pela pesquisa ainda completa: “Antes o consumidor vivia apenas reduzindo despesas e enxugando o orçamento. Está havendo uma mudança de comportamento”, afirmou o especialista da Nielsen, Ricardo Alvarenga.

Aumento Nas Despesas

Foi observado pelo estudo da Nielsen que, além do aumento dos gastos primários no avanço das despesas não duráveis como os citados acima, há também um movimento de comprar mais produtos que ofereçam algum ganho adicional, como água micelar, iogurtes proteicos, pães e cafés especiais. 

No geral, o salário dos brasileiros não aumentou. A população continua endividada e com pouca flexibilidade diante do orçamento, por causa disso, muitos têm corrido atrás de renda extra para auxiliar no orçamento doméstico.

“Vemos que 38% dos lares adotaram uma renda informal e 56% dos que tem uma renda informal têm também emprego formal”, observa Patrícia Coelho de Almeida, especialista em entendimento do consumidor da Nielsen.

“Essas famílias, diz a Nielsen, continuam endividadas, mas já conseguem balancear as despesas, de modo a encontrar espaço para consumir produtos que tinham sido deixando em segundo plano. ” Ao todo, o Brasil tem 16 milhões de lares com trabalhadores com algum tipo de renda informal.

Perfil Do Consumidor

É fato que o aumento da informalidade está diretamente ligado ao desemprego formal, que ainda persiste no país. Por isso, ainda existem cerca de 7 milhões de brasileiros que sustentam seu lar apenas com a renda informal e, inclusive, ganham em média 40% a menos do que um trabalhador de carteira assinada.

Sendo assim, o perfil de consumidor varia de acordo com a situação do trabalhador no mercado de trabalho. Por exemplo, foi identificado que aqueles que possuem um trabalho formal tendem a escolher seus produtos de acordo com a marca, ou pela conveniência. Já os trabalhadores informais, na maioria das vezes quando vão comprar alguma coisa, optam pelo mais barato.

Para a Nielsen, esses dados são importantes pois mostra que a empresa tem espaço para se aproximar do consumidor, ao oferecer alguns benefícios. E identifica os pontos que mais atraem os compradores.

O preço e a relação entre o custo e a qualidade continuam sendo o principal atributo na hora de optar por um produto, mas outras questões como alto padrão de qualidade (47%), performance superior (46%), oferecer algo que outro não ofereça (41%) e ser orgânico ou ter 100% de ingredientes naturais (36%) são citados como características que variam os consumidores pagarem mais por um mesmo item.

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