Existe uma idade certa para se começar a empreender? A escola premiada de Brasília acredita que não e estimula alunos de 6 a 11 anos a terem ideias de negócios e oferecem orientações para colocá-los em prática.
Sabemos que para ser um grande empresário você precisa passar por várias tentativas de erros e acertos, então quanto mais cedo começar a aprender, melhor, não? Muitos empreendedores de sucesso começaram a entrar no mundo dos negócios ainda pequenos, e hoje construíram um império.
Vencedora da Edição 2015 do prêmio MPE Brasil
Pensando nisso, o Colégio Vitória Régia, em Brasília criou um programa para incentivar mais de 400 alunos de 6 a 11 anos a criar novas ideias de empreendimentos e a colocá-las em prática.
A iniciativa foi um sucesso e ajudou a escola a se tornar uma das vencedoras da edição 2015 do Prêmio MPE (Micro e Pequenas empresas) Brasil, oferecido pelo Sebrae.
O MPE é equivalente ao Prêmio Nacional de Qualidade, que é direcionado a grandes empresas, sendo que todos participantes são microempresas com faturamento de até R$ 360 mil por ano. O prêmio seleciona as melhores práticas nacionais em oito categorias: Indústria, Comércio, Serviços, Turismo, TI, Saúde, Educação, Agronegócio.
Dentre essas categorias, o Colégio Vitória Régia foi premiado na área de educação. Em uma entrevista ao Portal Terra, a fundadora e proprietária do colégio, Régia Madureira de Oliveira afirma que havia visto uma notícia sobre escolas da região Sul que estavam desenvolvendo um Projeto em parceria com o Sebrae para ensinar empreendedorismo para crianças. No mesmo momento ela pesquisou a iniciativa e decidiu levá-la para Brasília.
Como Funcionou o Programa?
O Programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (Jepp) foi implantado no Colégio Vitória Régia em 2014, e envolveu 417 alunos de 6 a 11 anos.
Foi lançado um desafio para as crianças de criarem um negócio e elas se empenharam para conseguir matéria prima, fabricar o produto e vendê-lo. “Uma das turmas decidiu fazer uma loja de temperos. Para isso, eles aprenderam a arrecadar dinheiro com vaquinhas e, economizando em cofrinhos, compraram as sementes, plantaram, secaram, embalaram e venderam. Depois, elas tiveram de decidir o que fazer com os lucros obtidos”, conta Régia.
Outras ideias também foram postas em prática como fabricação de essências e perfumes e brinquedos de sucata. “Uma coisa é tentarmos explicar para eles o que é lucro ou prejuízo, outra é eles vivenciarem isto com uma empresa”, acrescenta a proprietária do colégio.
Toda essa mobilização alcançou até os adultos, uma das professoras da instituição se sentiu inspirada pelas crianças e iniciou um negócio de venda de caixas para guardar bijuterias. E a tia de uma aluna se sentiu desafiada a fazer mais propaganda para sua clínica odontológica pela própria sobrinha.
“Como é tudo muito prático, as crianças amaram e abraçaram o projeto desde o começo. Também é um sucesso junto aos pais, pois eles veem a empolgação das crianças”, afirma Régia.
Professora empreendedora
Ao falar sobre sua história, a diretora Régia de Oliveira afirma que sua própria trajetória foi de empreendedorismo.
Após trabalhar oito anos na rede pública como professora e coordenadora pedagógica, ela sonhava com algo a mais na educação: “Na escola pública a gente não tem o que precisaria ter, e não conseguimos fazer tudo o que gostaríamos. Eu sempre imaginei uma instituição na qual as crianças pudessem aprender de uma forma diferente, com jogos e brincadeiras”, diz.
Com essa ideia em mente, ela resgatou suas economias e começou a construir o próprio negócio, com a ajuda de um sócio.
Em 2003 a escola começou a receber os alunos da educação infantil. Ela tinha apenas quatro salas de aula e seis professores, “mas desde o início contávamos com horta e pequenos animais como tartaruga, coelho, peixes e pássaros”, lembra.
Com a metodologia diferenciada, a escola cresceu e hoje conta com 72 funcionários e cerca de 850 crianças do ensino infantil e fundamental.
Tudo isso é fruto do trabalho de uma profissional que sempre buscou adotar práticas inovadoras de ensino e formar novos empreendedores.
Se você se sentiu inspirado com essa história, não deixe de conferir os 5 nichos de negócios que crescem mesmo em meio a crise.