Especialistas afirmam que a economia nacional está aquecendo. Um dos fatores observados para essa afirmação é a expansão do número de milionários no país. Uma pesquisa do Credit Suisse mostra que o total de ultrarricos, aqueles com mais de US$ 50 milhões, subiu em 860 no país.
Comparando com o ano de 2018, o Brasil ganhou 42 mil novos milionários, de acordo com a décima edição do “Relatório de Riqueza Global”, feita pelo banco Credit Suisse. Mas não para por aí. A tendência desse número é aumentar.
Atualmente, existe uma projeção de um avanço de 23% no número de milionários até 2024, dos atuais 259 mil para 319 mil. Para se ter uma ideia do crescimento, em 2010 o país tinha apenas 36 mil milionários – Sabendo que é considerado milionário, todo aquele com ativos avaliados em mais de US$ 1 milhão, ou algo como R$ 4,1 milhões – .
O que Contribuiu Para o Aumento da Riqueza dos Brasileiros?
O relatório destaca que grande parte da variação no último ano se refere a mudanças nos preços dos ativos e variações da taxa de câmbio. Por exemplo, nos últimos 12 meses, os preços das ações aumentaram em 35%.
Esse aumento está na contramão da tendência mundial, pois a parcela de riqueza mundial concentrada no 1% no topo da pirâmide caiu em todos os países, exceto no Brasil.
Inclusive, o país foi um dos países onde mais cresceu o grupo de milionários ultrarricos, perdendo apenas para os Estados Unidos.
Concentração de Renda
Mesmo com tantos novos milionários, mais de 80% da riqueza mundial está concentrada nas mãos dos mais ricos, o que representa 1% da população mundial.
No relatório “Recompensem o trabalho, não a riqueza”, da Comissão de Combate à Fome de Oxford, pode-se observar que metade da população mundial não ficou com qualquer parcela desse dinheiro.
Para a organização não-governamental, o crescimento sem precedentes do número de milionários não é um sinal de prosperidade, mas um sintoma de uma desequilibrada concentração de renda mundial.
“Enquanto o 1% mais rico ficou com 27% do crescimento do rendimento global, a metade mais pobre do mundo ficou com 13%”, refere o relatório.
“Mantendo o mesmo nível de desigualdade, a economia global precisaria ser 175 vezes maior para permitir que todos passassem a ganhar mais de 5 dólares (4 euros) por dia”, concluiu a análise.
O lançamento do relatório internacional da Oxfam é feito na véspera do Fórum Económico Mundial, e junta os principais líderes políticos e empresariais do mundo na cidade de Davos, na Suíça.