Empresário que Perdeu R$ 170 mil Distribui Folhetos Contra “Rei do Bitcoin”

Empresário que Perdeu R$ 170 mil Distribui Folhetos Contra “Rei do Bitcoin”

O empresário Paulo Ricardo Campos Silva, 32, é natural de Belo Horizonte e um dos investidores com dinheiro preso no Grupo Bitcoin Banco (GBB), com sede em Curitiba (PR). Ele, juntamente com centenas de investidores alegam que desde maio, a empresa não libera saque para os clientes.

Só na justiça do Paraná, o Bitcoin Banco já conta com mais de 100 ações judiciais, além de ter sido tem sido alvo de protestos, como o que o cliente Paulo Ricardo fez na última semana, onde distribui cartazes e folhetos com imagens e críticas ao empresário Cláudio Oliveira, dono do GBB na capital paranaense.

Paulo Ricardo conta ao Portal Uol que investiu R$ 171 mil na empresa e não conseguiu reaver seu dinheiro. “Como nada do que prometeram foi cumprido e eu não fui recebido por eles, resolvi agir e mostrar quem realmente o Claudio é. Imprimi 10 mil flyers [folhetos] e um banner [cartaz], contratei uma empresa de panfletagem e começamos a distribuí-los em Curitiba”, disse.

Eles Sequestraram Meus Ativos, Diz Empresário

O empresário afirma que só tomou essa atitude de protesto após assinar um contrato virtual com a empresa de transferência dos seus bitcoins da plataforma do grupo (Negocie Coins e TemBtc) para a wallet (carteira digital de criptomoedas) do GBB.

A promessa era de que a empresa assinaria o contrato de volta, e, em 30 dias, liberaria os recursos do investidor. No entanto, “Eu assinei o contrato e transferi os bitcoins, como haviam pedido, mas eles não assinaram o contrato e não me pagaram. Meu advogado disse que isso se enquadra como sequestro de ativos”, falou.

O Grupo Bitcoin não quis comentar o caso, mas afirmou que, em breve fará novos comunicados a respeito da evolução dos processos.

Advogado Tentou Intimida-lo Durante A Panfletagem, Diz Empresário

Os folhetos foram distribuídos em frente a sede do GBB e em frente à Procuradoria da República do Paraná, em Curitiba. Cartazes também foram expostos.

Paulo Ricardo disse à equipe de reportagem da UOL notícias que gastou cerca de R$ 3.300 com a impressão do material e contratação da empresa de panfletagem, além dos gastos com passagem e hospedagem nos dias que ficou em Curitiba.

No material, ele escreveu que o “rei do Bitcoin” (apelido do dono da GBB, Cláudio Oliveira) esbanja luxo enquanto deve seus investidores há cinco meses. Também disse que enfrenta problemas financeiros e pessoais e, inclusive precisa de recurso para pagar tratamento psicológico, mas não consegue ter acesso a seu dinheiro.

Após iniciar essa panfletagem na porta da empresa, Paulo Ricardo Silva alega que um advogado da GBB, acompanhado de seis seguranças tentou intimida-lo. Em resposta, Silva disse que só sairia do local se fosse recebido pelo proprietário da empresa.

“O advogado falou que, por causa da minha atitude, o Claudio não queria me ver nem pintado de ouro. Então continuei, pois estou no meu direito”.

Sem a intenção de interromper o processo, Silva precisou voltar à Belo Horizonte, mas, a crise do Bitcoin ainda está longe de ser resolvida.

Entenda O Caso

Tal crise iniciou em maio deste ano, quando clientes do Grupo Bitcoin Banco não conseguiram fazer saques nas plataformas de negociação de criptomoedas da empresa.

De acordo com a empresa, eles foram vítima de uma ação criminosa de alguns clientes que, aproveitando-se da brecha no sistema, conseguiram efetuar saques indevidos, gerando um prejuízo de R$ 50 milhões.

Desde então, a empresa ficou com os recursos bloqueados pela justiça pois começou a receber vários processos envolvendo seu CNPJ e o CPF dos proprietários. Isso desencadeou várias ações judiciais, incluindo mandatos de busca e apreensão na sede do banco e nas residências de Cláudio Duarte, que inclusive, chegou a ter seus bens bloqueados pela Justiça e o passaporte retido.

A Comissão de Valores Imobiliários (CVM) determinou que o Bitcoin Banco e seus sócios parem de oferecer ao público títulos ou contratos de investimento coletivo.