No Débito ou no Crédito? Criminosos Usam Maquininha Para Assaltar em SP

No Débito ou no Crédito? Criminosos Usam Maquininha Para Assaltar em SP

Os assaltos com maquininhas de cartão tem chamado a atenção da Polícia Civil de São Paulo por se tornarem frequentes nos últimos meses. De acordo com relatórios da Polícia, 60 pessoas já foram presas por utilizarem essa abordagem e 45 casos foram denunciados desde janeiro deste ano.

As vítimas geralmente são abordadas dentro de um veículo, ou na rua, e levadas a um lugar reservado, onde o ladrão possui uma maquininha de cartão e transfere o dinheiro da vítima como se ela estivesse realizando um pagamento.

Na maioria dos casos, o dono da maquininha tem participação no roubo, “A maquininha é rastreada, totalmente rastreada. O dono vai ser investigado. Se ele tem um comércio que tem R$ 1 mil de mercadoria e recebe R$ 10 mil, por exemplo, alguma coisa está errada. Então vamos ter que bolar um jeito junto com essas operadoras para dificultar esse sistema”, adiantou o delegado Marcelo Dias.

Casos

No início de outubro, uma mulher sofreu um sequestro-relâmpago e os criminosos confiscaram seu celular e seus cartões.

“Os caras, ao longo do percurso, estavam falando ao telefone com alguém. Esse alguém viria com a maquininha e fariam os débitos no meu cartão. O cara armado ficou comigo dentro do carro e o outro foi debitar os meus cartões na maquininha”, contou a mulher, que preferiu não se identificar.

Um motorista de aplicativo também recebeu um criminoso em uma corrida que utilizava o novo método: “Pediram a senha e me libertariam; se a senha não estivesse correta, eu sofreria as consequências. E tudo é rápido, com tudo já combinado entre eles para ir até um estabelecimento e sacar o dinheiro”, contou.

Polícia quer Ajuda das Operadoras

No caso relatado acima do motorista, a empresa 99 ajudou a Polícia a encontrar os criminosos ao dar informações sobre o “passageiro”, e com tantos casos semelhantes, a polícia busca a ajuda das operadoras para impedir essa prática.

Como na maioria dos casos o dono da maquininha de cartão tem participação no crime, foi sugerido às operadoras rastrearem os aparelhos, de forma que facilite a investigação dos usuários sempre que houver alguma movimentação duvidosa.

Se um estabelecimento pequeno receber uma quantia alta de dinheiro em uma única compra, por exemplo, o caso seria suspeito.

Claro que essa iniciativa depende de muitos envolvidos, dentre eles a Associação Brasileira de Empresas de Cartão de Crédito que também se dispôs a ajudar e já adiantou em nota que existem “investimento constante em recursos de segurança e que, ao identificar transações consideradas indevidas, é possível interromper o serviço.”

Além disso, a Associação explicou que o empreendedor só pode adquirir um dispositivo desses se apresentar documentos para comprovar a atuação legal das atividades.