UNUM Histórias: Como Surgiu a Caderneta de Poupança no Brasil?

Investimento mais popular do país se confunde com a história da Caixa e já existe há mais de 150 anos

UNUM Histórias: Como Surgiu a Caderneta de Poupança no Brasil?

A caderneta de poupança é a aplicação financeira mais comum entre os brasileiros e já existe há mais de 150 anos. Sua história se confunde com a da Caixa Econômica Federal (CEF), uma vez que foi criada com o surgimento do banco estatal brasileiro, na época do imperador D. Pedro II.

Você que, certamente, tem uma ou mais aplicações neste tipo de modalidade nunca parou para pensar em sua história, como surgiu, enfim, nas mudanças que sofreu, ao longo de sua já rica trajetória, não é verdade?

E aí? Quer saber mais sobre o assunto? Sabia que os escravos podiam ter uma poupança para chamar de sua? Ficou curioso? Siga por aqui! Na sequência, o Unum te detalha, desde o início, os caminhos e as variações da poupança, a aplicação financeira mais popular do Brasil!

Surgimento da poupança

A história da poupança se confunde com a da Caixa Econômica Federal (CEF). A instituição foi criada em 1861, pelo Imperador D. Pedro II. No decreto de criação da Caixa, havia a disposição para a formação de dois mecanismos: a poupança e o penhor.

Desde então, pessoas com rendimentos modestos puderam poupar com mais segurança e conseguir empréstimos em uma instituição ligada à coroa. As anotações sobre o dinheiro poupado e os juros recebidos eram feitas em pequenos cadernos pelos funcionários da Caixa, dando aí a origem de sua nomenclatura, usada até hoje: caderneta de poupança.

O objetivo imediato de D. Pedro II e seus conselheiros econômicos era que a população pudesse ter uma reserva de dinheiro para se socorrer nos momentos de crise; porém, a poupança serviu para muitos outros objetivos. Até hoje, ela é vista como um investimento que assegura um complemento para a aposentadoria, sobretudo na velhice, com segurança e solidez.

A poupança dos escravos

Em 1871, pessoas escravizadas tiveram acesso legal à poupança. Isso ocorreu através da lei 2.040. Ela permitia que os escravizados pudessem poupar as doações que recebiam, heranças ou juntar a renda que obtinham com seu trabalho para comprar sua libertação. A aprovação dessa lei foi ligada às pressões pelo fim da escravidão no Brasil.

Um detalhe importante: para abrir uma caderneta, o escravizado deveria ter a anuência de seu “dono”. Inclusive, sua caderneta era feita no nome dele.

Emancipação feminina

A questão financeira e a possibilidade de ter um capital próprio também mudou a vida de muitas mulheres. Em 1915, a Caixa disponibilizou o serviço às mulheres casadas, desde que seus maridos não se opusessem. No entanto, foi apenas em 1934 que as mulheres conquistaram, de vez, o direito de fazer suas cadernetas de poupança, independente da vontade de seus maridos.

Mudanças no rendimento da poupança

Muitas mudanças ocorreram com a poupança desde a sua criação. Quase todas elas tinham como objetivo modificar o percentual de remuneração dos depósitos. As mudanças que vamos citar, na sequência, foram além desses pequenos ajustes.

No decreto n.º 2.723, de 12 de janeiro de 1861, que criou a poupança, fixou-se um rendimento para ela: 6% de juros ao ano, garantidos pelo Tesouro Imperial.

A primeira mudança veio em 1915, quando os juros passaram a ser estipulados pelo governo, a depender do cenário econômico do país na época.

Já em 1934, foi instituído o decreto 24.427, que modificou uma parte importante do seu funcionamento. A remuneração dos depósitos passou a ser fixada pelos Conselhos Administrativos das Caixas Econômicas, e não deveriam exceder 6% ao ano.

Em 1964 foi criada a “correção monetária”. Essa taxa serviu para proteger a caderneta da inflação da época. Assim, além da ‘taxa real’, a aplicação começou a render também a correção monetária para compensar o aumento dos preços dos produtos.

Em 1980, por conta dos índices de inflação altíssimos, a correção monetária passou a ser diária, criando o chamado “aniversário” das cadernetas.

Confisco das contas

Em 1990, o País era governado pelo presidente Fernando Collor de Mello. No dia 16 de março de 1990, um dia após sua posse, foi anunciado o Plano Collor, que congelou 80% dos depósitos de contas correntes e cadernetas de poupança que excedessem a 50 mil cruzados novos. Esse bloqueio durou 18 meses e, quando as pessoas puderam sacar o dinheiro, já não valia mais por conta da desvalorização da moeda.

Maior rentabilidade da poupança

O Plano Real causou uma grande mudança na economia brasileira e a poupança não ficou de fora. Foi durante a implementação dele que a maior rentabilidade foi registrada, atingindo 51,9962% no mês, para resgates em 4 de maio de 1994.

A poupança nos dias atuais

Em 2012, houve a divisão entre poupança antiga e nova. A poupança antiga, aquela feita antes de maio de 2012, continuou recebendo remuneração adicional de 0,5% ao mês, além da remuneração básica. Já a nova poupança recebe remuneração adicional variável de acordo com a meta da taxa Selic.

Hoje, o rendimento da caderneta é próximo a 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial. Sua baixa rentabilidade é compensada pelo baixo risco que oferece para os investidores.

Segundo o Banco Central (BC), ​a poupança está entre as aplicações mais comuns no mercado financeiro, apesar de haver outros investimentos que rendem mais.

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

*Os comentários não representam a opinião do portal ou de seu editores! Ao publicar você está concordando com a Política de Privacidade.

Sem comentários