Fintechs Se Posicionam Sobre “Sumiço” de Dinheiro Referente ao Auxílio Emergencial

Devido à falha, usuários do Nubank e PicPay se sentiram prejudicados

Fintechs Se Posicionam Sobre “Sumiço” de Dinheiro Referente ao Auxílio Emergencial

Clientes das contas digitais Nubank e PicPay acusam, desde a última terça (7), o “sumiço” de dinheiro de suas contas. O montante supostamente desaparecido é do auxílio emergencial, mas fique tranquilo! Seu dinheiro não “sumiu”, ele apenas voltou para a Caixa. Beneficiários do auxílio emergencial precisam administrar o dinheiro pelo Caixa Tem, aplicativo que apresenta falhas desde o início do pagamento dos R$ 600.

Com a formação de filas nas agências e a falta de dinheiro em espécie, a Caixa Econômica Federal (CEF) criou um cronograma para saque dos valores. Ao anunciar o pagamento da terceira parcela do auxílio emergencial, referente a junho, o calendário restringiu também as transferências para outros bancos. Essas transações dependem da data de nascimento do beneficiário e poderão ser feitas a partir de 18 de julho com um calendário que se estende até setembro.

Sendo assim, o beneficiário pode usar o aplicativo para ler QR Codes em maquininhas de cartão e pagar compras no comércio, além de pagar boletos.

Clientes “driblam” sistema da Caixa

Boa parte das contas digitais de fintechs do país aceita depósitos de dinheiro em boleto, um serviço criado para driblar as altas taxas de transferências bancárias do tipo DOC e TED. No contexto do auxílio emergencial, a ferramenta passou a ser usada para transferir o dinheiro para uma conta antes mesmo do calendário da Caixa.

O banco público procurou o Nubank afirmando que havia identificado pagamento de boletos em duplicidade e pediu o estorno de valores. Segundo fontes do mercado financeiro, o pedido é praxe.

No entanto, após o início das devoluções do dinheiro, as fintechs perceberam que várias das operações não eram em duplicidade, mas dois boletos de mesmo valor pagos e com os respectivos comprovantes. Em vez de pagar um único boleto de R$ 600, por exemplo, os clientes estavam pagando dois de R$ 300. Os estornos à Caixa foram interrompidos após o diagnóstico do problema.

No Caixa Tem, a função de pagamento de boletos apresenta problemas e pede ao usuário que tente fazer a operação mais tarde. No caso do PicPay, a falha de comunicação impediu a transação.

Posição das fintechs

Em nota, o PicPay afirma que 2,9 milhões de usuários transferiram benefícios para a conta digital e que a falha foi resultado de uma instabilidade no aplicativo da Caixa. No caso do PicPay, o dinheiro está demorando a retornar à Caixa.

Por sua vez, o Nubank escreveu em suas redes sociais que atendeu ao pedido da Caixa, mas que ao perceber as críticas dos clientes, suspendeu os estornos e devolveu os valores.

Caixa nega problemas no sistema

Em nota, a Caixa afirma que “acerca de relatos de intercorrências em pagamentos e transferências do Caixa Tem para fintechs, não foram identificadas falhas nos sistemas internos do banco”. O banco estatal disse ainda que, nesta quarta (8) “foram realizados com sucesso mais de 1,6 milhão de transações com o cartão de débito virtual, e processados cerca de seis milhões de boletos sem nenhum incidente no sistema de cobrança da Caixa”.

Esse é apenas um dos problemas do aplicativo da Caixa, que atende 65,2 milhões de brasileiros que perderam renda durante a pandemia do novo coronavírus. Para entrar no aplicativo, usuários relatam que há uma fila de espera de horas e mesmo após a confirmação da entrada, há erros no app.

Além dos beneficiários do auxílio emergencial, a Caixa vai usar o Caixa Tem para pagar o saque de R$ 1.045 do FGTS. Os valores serão transferidos da conta do fundo do trabalhador para a Caixa até 21 de setembro, também de acordo com calendário que segue o mês de aniversário. Os saques e as transferências, no entanto, só estarão disponíveis de 25 de julho a 14 de novembro.

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