Câmara Aprova PL que Prevê Até R$ 1.200 Mensais Para Trabalhadores Informais

Medida vale por três meses e pretende amenizar os impactos do novo coronavírus na economia. Texto ainda precisa ser aprovado pelo Senado

Câmara Aprova PL que Prevê Até R$ 1.200 Mensais Para Trabalhadores Informais

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta (26) um projeto que prevê o pagamento de R$ 600 a trabalhadores informais por três meses em razão da pandemia do coronavírus. A mulher que for mãe e chefe de família poderá receber o dobro do valor, R$ 1,2 mil. Inicialmente, a proposta do governo era de R$ 200 para os trabalhadores informais, o Congresso passou para R$ 600.

Com a aprovação, o texto seguirá para votação no Senado. Ainda não há data definida para a análise pelos senadores. O pagamento do auxílio emergencial é limitado a duas pessoas da mesma família. Segundo estimativa preliminar da Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado, o impacto fiscal com o auxílio para a União será de R$ 43 bilhões, por três meses.

O cálculo não considera as mães chefes de família que poderão receber o auxílio em dobro. Pela proposta, poderá receber o montante o autônomo que não receber benefícios previdenciários, seguro desemprego nem participar de programas de transferência de renda do governo federal, com exceção do Bolsa Família.

Desde a semana passada, a Câmara e o Senado têm aprovado projetos relacionados ao combate do coronavírus e dos efeitos provocados pela crise. Em razão das medidas de prevenção contra o coronavírus, a sessão desta quinta foi parcialmente virtual, com a presença de apenas alguns deputados no plenário. Os demais parlamentares acompanhavam por videoconferência.

Leia Também
> Solução à Vista? Economistas Acreditam Que Liberação do FGTS Pode Turbinar a Economia Brasileira

Veja as regras que precisam ser cumpridas

O projeto altera uma lei de 1993 que trata da organização da assistência social no Brasil. De acordo com o texto, o dinheiro será concedido a título de “auxílio emergencial” por três meses, ao trabalhador que se enquadrar nos seguintes requisitos:

  • for maior de 18 anos;
  • não tiver emprego formal;
  • não for titular de benefício previdenciário ou assistencial, beneficiário do seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal, ressalvado o bolsa-família;
  • cuja renda mensal per capita for de até meio salário mínimo ou a renda familiar mensal total for de até três salários mínimos;
  • que não tenha recebido em 2018 rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70.

Além disso, há outros requisitos para se receber o auxílio, tais como:

  • exercer atividade na condição de Microempreendedor Individual (MEI) ou;
  • ser contribuinte individual do Regime Geral de Previdência Social ou;
  • ser trabalhador informal, de qualquer natureza, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal até 20 de março de 2020.

Apesar de a previsão inicial de pagamento do auxílio ser por três meses, o relator da proposta, Marcelo Aro (PP-MG), disse que a validade do auxílio poderá ser prorrogada de acordo com a necessidade.

Entenda a proposta

O projeto estabelece ainda que só duas pessoas da mesma família poderão acumular o auxílio emergencial. Para quem recebe o Bolsa Família, o texto ainda permite que o beneficiário substitua temporariamente o programa pelo auxílio emergencial, caso o último seja mais vantajoso. Inicialmente, o auxílio previsto no parecer do relator era de R$ 500, mas, após a articulação de um acordo com o governo federal, o valor passou a ser de R$ 600.

Pouco antes, em uma live realizada pelo Facebook, o presidente Jair Bolsonaro havia dito que, após conversar com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o governo defendia inicialmente que o auxílio fosse de R$ 200, “ele resolveu triplicar”. “Deu o sinal verde”, acrescentou Bolsonaro.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), elogiou a construção de um acordo entre Legislativo e Executivo, relação geralmente marcada por atritos. Maia ponderou que, mesmo com divergências, é preciso haver um ambiente de diálogo para buscar soluções para “salvar vidas e encontrar o melhor caminho para que a economia sofra menos”.

E como fica o BPC?

O projeto de lei pretende ainda resolver um impasse em relação ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), que é pago, no valor de um salário mínimo por mês, a idosos ou pessoas com deficiência de baixa renda. O Congresso Nacional havia ampliado o limite de renda para ter direito ao pagamento do benefício, que valeria já para este ano.Com isso, mais pessoas passariam a ser beneficiadas, elevando as despesas públicas.

Porém, o presidente Jair Bolsonaro vetou o projeto, alegando que não havia sido indicada fonte de receita, mas os parlamentares depois derrubaram esse veto. O governo federal, então, recorreu ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que a ampliação do limite valesse apenas a partir do ano que vem. O ministro do TCU, Bruno Dantas, atendeu o pedido do governo, mas, no último dia 18, recuou e suspendeu a sua decisão por 15 dias.

O projeto aprovado nesta quinta pela Câmara tenta resolver esse imbróglio. O texto define a partir de quando as novas regras passarão a valer. A proposta, porém, cria exceções diante da crise do novo coronavírus. Pelo projeto, terão direito ao benefício pessoas com mais de 65 anos ou com deficiência que tenham renda familiar per capita: igual ou inferior a um quarto do salário-mínimo, até 31 de dezembro de 2020 ou igual ou inferior a meio salário-mínimo, a partir de 1° de janeiro de 2021.

Diante da pandemia do coronavírus, no entanto, o projeto abre brecha para ampliar o critério da concessão de benefício ainda neste ano. O benefício poderá ser concedido para quem recebe até meio salário mínimo per capita, em escala gradual a ser definida em regulamento, de acordo com uma série de fatores agravados pela pandemia, como comprometimento socioeconômico familiar.

O projeto também prevê a antecipação do pagamento do auxílio para quem ainda está na fila do BPC para pessoa com deficiência e do auxílio-doença. No caso do BPC, o projeto prevê pagamento de R$ 600. Já para o auxílio-doença, o valor é de um salário mínimo.

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

*Os comentários não representam a opinião do portal ou de seu editores! Ao publicar você está concordando com a Política de Privacidade.

16 Comentários
Cleiton lemos

eu estou desempregado por conta do corona vírus estes disso eu te a balhava como prestador de serviço eu trabalhava como montador de iluminação de evento a gora estou sem renda Tonho 4 filhos como vai ficar a minha situação eu tam bem vou poder receber esse Ocilho tá com mais de oito meses que eu não tenho carteira assinada eu também vou poder receber como eu faço para receber

Maria Helena da Silva Cruz

Eu vou receber esse dinheiro sou autônoma

Maria Helena da Silva Cruz

Oi vou poder receber esse dinheiro