O Banco Central (BC) divulgou hoje (18) novos dados referentes ao Pix, novo formato de pagamento eletrônico do Brasil.
Segundo o BC, o índice de rejeição – operações que não funcionaram – do Pix é referente a valores entre 6,5% e 6,7% do total das operações, dado similar à operação de transferência bancária mais utilizada atualmente: o DOC.
A informação foi divulgada hoje pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, durante uma apresentação em um evento virtual organizado pelo Itaú BBA.
Motivo Dessa Rejeição
Segundo Campos Neto, essa rejeição está dentro de uma taxa comum e na maioria das vezes, acontece quando o usuário do Pix digita algum dado incorreto.
Esses dados podem ser referentes ao número errado de um CPF, telefone celular ou e-mail, por exemplo, que são usados em chaves do Pix.
Campos Neto também informou que tentativas repetidas de achar uma chave fazem o sistema cair, mas que isso não é uma falha do Pix e sim uma medida de segurança para evitar fraudes.
Pix Sem Chave é Possível?
A resposta é: sim! Como? Basta que o cliente insira os dados bancários necessários para um DOC ou um TED.
Mas o presidente do BC alerta: além de ser menos prático e menos rápido, a transferência sem o uso da chave tem maior possibilidade de ser rejeitada.
Para Campos Neto, o uso das chaves na ferramenta será automatizado. “Entendemos que é um processo que vai avançar bastante nos próximos dias. Isso tende a melhorar à medida que as pessoas cadastrem mais chaves, os negócios usem mais chaves”, disse.
Ainda falando sobre DOC e TED, o presidente do BC ressaltou que a taxa inicial de rejeição do PIX ficou bem próxima à das transferências feitas pelo formato de DOC, que corresponde a 5% de todas as transações feitas.
O presidente do BC reforçou ainda que o sistema do Pix é muito estável. Segundo ele, não houve nenhum dado que apresentasse instabilidades no seu servidor.
Além disso, ainda segundo Campos Neto, além de gratuito, o sistema do Pix tem capacidade para mais operações de transferências e pagamentos do que as que estão sendo feitas nesses primeiros dias de funcionamento do Pix.
Produção e Uso de Dados
Todas essas informações podem te levar a se perguntar: como funciona o sistema do Pix? É seguro? Bem, o presidente do BC garante que sim.
Para Campos Neto, o grande diferencial desse sistema é o controle de dados e a implementação do open banking, que é o envio e o recebimento de informações em serviços bancários, com o aval de seus clientes, entre instituições financeiras.
Esse compartilhamento é feito por meio do trabalho conjunto entre essas plataformas financeiras e empresas de tecnologia e infraestrutura.
Para o BC, o uso do open banking no Brasil dará oportunidade para os clientes encontrem serviços mais vantajosos.
“Dados têm valor no atingimento de metas das empresas. Quando você compra um guindaste para fazer uma obra ou compra um terreno para plantar, qualquer ativo que ajude uma empresa na produção e no resultado, você paga imposto. Quando produz dados, você não paga imposto”, afirmou Campos Neto.
A luta agora, segundo o presidente do BC, é para que as empresas trabalhem na unificação desses processos, concentrados, talvez, em uma só delas, gerando assim uma disputa interna. “A mesma empresa é capaz de fazer a propaganda, vender, fazer o pagamento e avaliar o que o cliente achou do produto. Ainda temos o armazenamento em nuvem, que está 80% concentrado nas mãos de quatro empresas. Se o armazenamento também entra na cadeia, você tem um sistema fechado e impenetrável, acho que essa é a corrida”, disse Campos Neto.