Unum Histórias: O Que Aprendi Quando Venci as Dívidas

A assistente social Lucineia Menezes da Silva conta como reergueu suas finanças, refez sua vida ao lado das filhas, e as lições desta jornada

Unum Histórias: O Que Aprendi Quando Venci as Dívidas

A assistente social Lucineia Menezes da Silva, de 55 anos, cresceu em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, Minas Gerais. A economia da região teve seu auge em meados do século passado, graças à pecuária e à extração de madeira e minério.

Mais recentemente, com o esgotamento dos recursos naturais, a economia local desacelerou. E a cidade se tornou conhecida por “exportar” moradores para os Estados Unidos. Lucineia cresceu neste contexto.

De família humilde, desde pequena ela possui deficiência visual. O que fez com que tivesse dificuldade no início dos estudos. Como na sua cidade não contava com serviço especializado para tratar os olhos, frequentemente seus pais tinham de vir para Belo Horizonte, atrás de serviços médicos.

De malas prontas

Esses dois fatores, a economia fraca e a necessidade de serviços médicos especializados, fizeram os Menezes se mudarem de vez para a capital mineira, quando Lucineia tinha 14 anos.

“Era difícil para minha mãe me trazer para Belo Horizonte e deixar meus irmãos em casa. Então, meus pais, apesar de pobres, resolveram trazer a família toda para BH. Aqui, continuei meus estudos. À medida que eu fui crescendo, percebi a necessidade de criar meios de me manter sozinha. Não queria ser um fardo para meus pais”, diz Lucineia.

Ela começou, desde muito nova, a vender produtos de revistas, como Avon. E ainda fazia alguns bicos para juntar dinheiro e complementar a renda da família. “Eu dava aulas de reforço para os meus coleguinhas de rua, passava roupa para fora, vendia bijuteria. Fazia muitas coisas para poder me manter.”

Primeiro emprego

Aos 20 anos, ela conseguiu passar em uma seleção de emprego, em segundo lugar, para assistente social na Coopeder. A Cooperativa de Consumo dos Servidores do DER/MG presta serviços de assistência médica, odontológica e farmacêutica. Lucineia está na cooperativa até hoje.

“Comecei marcando consultas e exames, orientando o pessoal que chegava do interior. Sempre fiz meu trabalho com excelência. Eu via a necessidade das pessoas que chegavam em busca de atendimento. Eu sentia necessidade de fazer um pouco mais. Com isso, eu fui crescendo”, conta.

Apesar do emprego fixo, Lucineia continuou a vender produtos de beleza, como faz até hoje. “Eu não tinha um salário muito alto e, por isso, continuei a vender. Isso me ajudou muito, porque além de ter uma renda extra, eu podia me dedicar aos estudos. Comecei a fazer cursos para aprender técnicas de vendas. Com isso, fui crescendo”, diz Lucineia.

Dívidas batem à porta

Como na vida nem tudo são flores, ela também passou por dificuldades. Após se casar e ter duas filhas, ela se separou. Com novas despesas, logo se viu afundada em dívidas. E teve que voltar para a casa dos pais para se organizar financeiramente.

“Eu devia para o banco, devia para o agiota, e tinha de ajudar a pagar as contas de água, luz, mercado. Eu vivia angustiada, pois tinha duas meninas para criar e o meu salário ficava praticamente todo retido no banco, para saldar os débitos. Eu tinha de me virar para trazer dinheiro para casa.”

Lucineia conta que teve que reformular toda a sua vida. “Eu tinha duas crianças para cuidar, alimentar, educar. Estava disposta a fazer tudo para que elas tivessem uma sorte diferente da minha. Aí, começou minha batalha pela independência financeira”.

Volta por cima

Lucineia respirou fundo, e não parou. Ela continuou no seu trabalho, e passou a vender mais e mais. Foi se aperfeiçoando nos estudos, e com muita força de vontade e trabalho duro, conseguiu se livrar das dívidas.

Essa experiência fez a assistente social rever muitas coisas. Desde que as filhas nasceram, ela passou a trabalhar muito. “Isso me deixava cansada, esgotada mesmo. Graças a Deus, não fiquei doente neste período. Não tinha tempo para nada. Não podia sair, não podia viajar. E isso me fez ver que precisava conquistar um tempo para mim, sem abandonar a ideia de ter conforto financeiro”, diz a assistente social.

Com o que aprendeu, Lucineia diz que tirou as seguintes lições:

  • Controle financeiro é tudo

“Quando nos descontrolamos com o dinheiro, a vida vira um caos. Você não dorme”, diz. Por isso, cuide bem do seu dinheiro.

  • Viva dentro das suas possibilidades

“Eu compro quando posso. Se não tenho como pagar, espero mais um pouco. A menos, é claro, que seja algo essencial.” Em resumo, viva dentro das suas possibilidades.

  • Tenha sempre uma reserva

Organize-se para guardar um dinheirinho todo mês. Aos poucos você vai ter uma reserva para as emergências que aparecem. “Se não tem (reserva), você é obrigado a se endividar”, diz Lucineia .
Se endividou? Pague!

“Está devendo, tem que pagar. O primeiro passo é colocar na ponta do lápis o que ganha e tudo que é conta. Depois, faça um planejamento. O que é fundamental pagar primeiro. Destes, o que eu posso pagar? É o caso de fazer um financiamento (desde que o juro do financiamento seja menor do que o juro da dívida)?. Comece a pagar seus débitos.”

  • Faça um planejamento financeiro

É importante não cair na armadilha da dívida novamente. Para isso, faça um planejamento financeiro. Tire uma parte do salário, por menor que seja, e comece a investir. Com R$ 100 já é possível encontrar uma boa aplicação para o seu dinheiro. Faça isso com a ajuda de quem entende.

Vida nova

Lucineia se casou novamente e está feliz com o companheiro. Ela diz, porém, que as filhas sempre foram a sua maior inspiração para vencer as dificuldades da vida. “O que mais me motivou a vida toda, diante de todas as dificuldades, a nunca desistir, a sempre lutar, foi o amor pelas minhas filhas. Quando pequenas, dependiam de mim e o futuro delas, praticamente, estava em minhas mãos”.

Lucineia Menezes, ao longo da entrevista, fez questão de falar sobre suas filhas e família que, para ela, é tudo. A assistente social, que se casou novamente, sempre valoriza o companheiro e , especialmente, suas duas filhas, para seguir na luta e nunca desistir com as dificuldades que a vida lhe impõe!

Thaís Menezes é advogada e trabalha na Etus Media, um grupo de empresas digitais que reúne diversas marcas, que combina produção de conteúdo com marketing de performance e tecnologia 100% programática em vendas e marketing. Já Gabriele Menezes é uma das sócias da empresa.

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3 Comentários
seta para esquerdaem resposta à Elaine

Que bom que você gostou, Elaine!
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