A política brasileira sempre está no meio de polêmicas e essa semana abriu de uma maneira não tão surpreendente.
O site Intercept Brasil publicou na tarde de domingo, 09/06/2019, reportagens sobre a Operação Lava Jato e como atuou o nosso atual ministro da justiça Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol nas investigações durante a força tarefa.
Estes arquivos expostos foram obtidos por uma fonte anônima e revela assuntos internos e algumas atitudes nada neutra que nos fazem duvidar sobre a legalidade da operação da Lava Jato.
O que eles queriam?
Durante o desenrolar do assunto, é exposto o desejo dos investigadores de interromper a vitória eleitoral do Partido Trabalhista (PT), e com intuito de tomarem decisões e algumas atitudes para que a vitória não aconteça.
A polêmica da situação é que comprova a colaboração de Sérgio Moro de uma maneira discreta e antiética, junto aos procuradores da operação, para elaborarem uma acusação contra o ex presidente da República Lula.
Para refrescar sua memória, a operação levou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a prisão, impedindo o mesmo de ser candidato à presidência da República no ano de 2018. Isso porque na época, as pesquisas revelavam que Lula era o favorito para ganhar as eleições, já no primeiro turno!
Confirmado por Moro, a exclusão de Lula foi peça chave para Jair Bolsonaro (PSL), nosso atual presidente da República, abrir caminho para a vitória.
Qual era o plano?
Será que o plano era de enfraquecer, manipular e bloquear uma entrevista pré eleitoral de Lula para afetar sua aprovação durante a campanha eleitoral? Ainda não sabemos.
Intercept Brasil mostra arquivos que revelam o projeto dos procuradores para para o PT durante a eleição presidencial de 2018, sendo liderado por Deltan.
A entrevista era para a Folha de São Paulo e tinha como foco inviabilizar Lula e isso foi discutido pelos procuradores da força tarefa em Curitiba.
Qual motivo?
Com medo da volta do PT ao poder e até mesmo da eleição de Haddad, essa equipe se fez presente em todas as táticas para destruição do nome do Lula e de todo o partido.
As reportagens apresentam também a insegurança de Dallagnol sobre as acusações de prisão do Lula em abril do ano passado.
“Ele [Dallagnol] estava inseguro justamente sobre o ponto central da acusação que seria assinada por ele e seus colegas: que Lula havia recebido de presente um apartamento triplex na praia do Guarujá após favorecer a empreiteira OAS em contratos com a Petrobras”, mostra a reportagem.
E os limites?
Além disso tudo, a matéria revela que Moro e Dallagnol ultrapassaram o papel que lhes cabiam (juiz e procurador), quando Moro sugere que o procurador mudasse a sequência de fases da Lava Jato, além de cobrar rapidez em outras operações, dar conselhos estratégicos e algumas dicas informais sobre a investigação.
Não para por aqui! Ele também critica e sugere recursos ao Ministério Público, antecipa decisões e critica Dallagnol como se ele estivesse acima na hierarquia dos procuradores e da Polícia Federal.
Essa reportagem veio em um momento crítico na nossa política, economia e social.
Várias denúncias de desvios, abusos e ações inconstitucionais feitos durante a operação Lava Jato são denunciados por blocos sociais há anos.
O deputado federal Paulo Pimenta (PT) disse no seu Twitter: “de uma vez por todas, a Lava Jato foi uma grande armação contra Lula e o PT. Tudo aquilo que denunciamos está cabalmente comprovado por 2 anos de conversas entre principais protagonistas do esquema: Moro e Dallagnol”.