O Índice Bovespa (Ibovespa), principal indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na bolsa de valores brasileira (a B3 – Brasil, Bolsa, Balcão) sofreu uma forte queda nesta segunda-feira (21): os números registraram uma baixa de 2%.
A derrubada tem duas causas principais: o primeiro dele é justamente a Covid-19, já que o Reino Unido considera fazer um lockdown mediante a uma segunda onda de infecções pelo novo coronavírus.
A segunda causa seria o escândalo de bancos internacionais na suspeita do envolvimento de trilhões de dólares em lavagem de dinheiro.
Coronavírus volta a ameaçar o Reino Unido
Além da preocupação econômica, a Covid-19 volta a gerar pânico sanitário. A verdade é que desde que a doença eclodiu em dezembro de 2019, nunca estivemos “livres” de números alarmantes. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a Covid-19 ainda mata cerca de 50 mil pessoas diariamente no mundo.
Quem chama a atenção do mundo é o Reino Unido. O país europeu fechou o mês de agosto com média inferior a mil casos registrados por dia, mas viu esse número dobrar desde a segunda semana de setembro. Nesta segunda-feira, o país registrou 4368 novos casos da doença no país, número alarmante.
Como consequência, o ministro Boris Johson anunciou medidas para tentar conter essa nova onda, determinando que bares e restaurantes fechem mais cedo e pedindo que empresas adotem novamente o home office. As escolas, até então, continuam abertas por lá.
O escândalo dos bancos internacionais
Como se já não bastasse a ameaça sanitária, a Europa lida ainda ainda com um enorme escândalo financeiro. Uma operação realizada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês) apontou que operações financeiras entre 1999 e 2017 teriam beneficiado a atuação de mafiosos, corruptos e fraudadores em todo o globo.
Segundo o ICIJ, mais de 2 trilhões de dólares foram usados em operações de lavagem de dinheiro beneficiando grupos criminosos. Ainda segundo o consórcio, esse valor é pífio considerando o número de relatórios existentes. O montante analisado corresponde a apenas 0,02% desses relatórios – o que deixa óbvio que esse caos é apenas a ponta do iceberg.
Um baque considerável para gigantes mundiais que estão envolvidos nesse esquema. Alguns dos envolvidos são: os britânicos HSBC e Standard Chartered Bank, os estadunidenses JP Morgan Chase e Bank of New York Mellon e o alemão Deutsche Bank.
As ações desses bancos despencaram. O Deutsche Bank teve a maior queda, com 8,47% de suas ações.
Ibovespa segue volátil
Nesta terça-feira, o Ibovespa abriu ainda “de ressaca” pela alta queda do dia anterior. Mas começou o dia de maneira positiva, puxado pela alta de ações da Petrobrás. Porém, a positividade do Ibovespa durou pouco.
O discurso do presidente Jair Bolsonaro na Organização das Nações Unidas pode ter influenciado essa queda. Entidades consideraram a fala do presidente como “negacionista”, “delirante” e “infundada”.
Neste momento, com dados das 12h47m de Brasília, o Ibovespa opera em queda de 0,10%.
Dólar em alta
Todo esse cenário não tem como ser avaliado como positivo e, claro, a moeda americana foi diretamente influenciada por isso. Depois de várias quedas sucessivas no mês de setembro, a positividade foi reduzida.
Desde o último dia 18, o dólar tem atingido altos valores e ontem passou pela primeira vez da casa dos 40 centavos, atingindo o valor de R$ 5,41. Atualmente sua estimativa é ainda pior: no momento, o dólar americano equivale R$ 5,47.
As altas sucessivas registram os piores números do mês de setembro. O pior registro do mês era o de R$ 5,34 no dia 8 de setembro, tendo chegado ao valor mínimo de R$ 5,24 no dia 17. Mas a partir daí, veio a disparada e recordes mensais de alta: R$ 5,39 na sexta e no final de semana, R$ 5,41 nesta segunda, até o atual R$ 5,47.