O mês de dezembro começa com um dado preocupante para a economia do Brasil.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país bateu o recorde no número de desempregados no último trimestre.
Isso porque a taxa de desempregos no Brasil chegou a 14,6%, uma alta de 1,3 ponto percentual se compararmos com o trimestre anterior, quando a taxa estava em 13,3%.
Desde que o IBGE começou a registrar esta taxa, o valor é o maior da série que começou em 2012. Esse número corresponde a cerca de 14,1 milhões de brasileiros que estão desempregados atualmente.
Ainda segundo o IBGE, foram mais de 1,3 milhão de desempregados que passaram a buscar um trabalho no país.
Os dados são da pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad contínua) trimestral, que nesse caso avalia os resultados referente aos meses de julho, agosto e setembro de 2020.
Sofrimento nordestino
Os piores números registrados pela pesquisa foram na região Nordeste do país. Segundo o IBGE, a taxa de desocupação cresceu em dez estados, liderada por três nordestinos: a Bahia com 20,7%, Sergipe com 20,3 e o Alagoas com 20%.
A região nordeste também apresentou a maior taxa de desocupação com um recorde de 17,9% da população.
Na contramão da situação nordestina está a sulista, região brasileira que teve a menor taxa com 9,4% da população desocupada, o que corresponde a quase metade da taxa do Nordeste.
Brasileiros na Informalidade
Quanto ao dado que se refere a trabalhadores que não tem carteira assinada e vivem de informalidade, o número também registrou alta.
Segundo a Pnad, um número superior a 29 milhões de pessoas estão nessa situação. Esse valor corresponde a 34,5% da taxa de desocupados.
Esse resultado também significa uma alta de 2,4% na quantidade de trabalhadores informais em relação ao mês de setembro e um aumento de 0,3 pontos percentuais na taxa de informalidade.
Pessoas Deixaram de Trabalhar
A taxa de ocupação regrediu em comparação ao trimestre anterior. O número é 1,1% menor e mostra também o pior resultado da pesquisa em toda a sua história.
Cerca de 883 mil pessoas perderam suas funções habituais entre os meses de julho, agosto e setembro, nível de ocupação referente a 47,1% da população.
O número é bem simples e preocupante: mais da metade da população brasileira em idade apta para trabalhar não tem uma ocupação oficial.
Carteira Assinada x Informalidade
Segue crescendo o número de brasileiros na informalidade, ou seja, sem direitos trabalhistas e vínculos diretos com empresas, inclusive sem carteira assinada.
Esse valor corresponde a um número maior do que 29 milhões de pessoas, mais de um terço das pessoas com ocupação (34,5%) e uma alta de 2,4% no número de informais.
Nos três estados do sul e no estado de São Paulo o número de trabalhadores com carteira assinada passa de 80%, enquanto em alguns estados do norte e do nordeste do país quase metade de seus trabalhadores estão na informalidade: o Maranhão tem apenas 51% e o Pará 53%.