Isso porque houve uma visível alta nos preços dos bilhetes devido à redução na oferta de vôos.
Para se ter uma ideia, o preço médio para um voo doméstico passou de R$ 366,97, nos nove primeiros meses de 2018, para R$ 410,18, no mesmo período de 2019, uma alta de 11,8%.
Esse foi o maior aumento real (descontada a inflação) para o período desde pelo menos 2012, segundo a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac).
A elevação nos preços ajudou as empresas a melhorarem seus resultados financeiros que estavam em baixa, desde o início da crise brasileira. Entre janeiro e setembro de 2019, a Azul, por exemplo, viu sua receita líquida crescer 24,1%.
2019 Poderia Ter Sido Melhor
Apesar do faturamento com os custos das passagens, as companhias aéreas acreditam que o resultado final de 2019 poderia ter sido melhor.
“2019 seria um bom ano se os custos não tivessem aumentado. O câmbio e a indústria da judicialização, com aplicativos (que ajudam o consumidor a processar empresas aéreas por causa de atrasos, por exemplos), pressionam”, diz Paulo Kakinoff, presidente da Gol.”
Outro fator que prejudicou as grandes companhias foi a queda de duas aeronaves 737 MAX no ano passado. Esse acidentes mataram centenas de pessoas e afetou o resultado negativamente. A Gol tem sete aviões 737 MAX em sua frota e espera a entrega de outros 16 em 2020.
No entanto, presidente da Gol segue otimista quanto a quantidade de passageiros que compram passagens mais caras em cima da hora e garante uma recuperação do setor em andamento.
Oferta e Lucro
Para responder a recuperação do setor, a estratégia adotada pelas companhias é de aumentar o número de vôos, ampliando cerca de 20% a oferta.
A Gol pretende acompanhar a demanda e aumentar a oferta entre 6% e 9% – número semelhante ao da Latam.
Com maior oferta, é possível que os preços das passagens caiam. O presidente da Azul, John Rodgerson, afirma que a redução pode ser entre 2% e 3%, dependendo da demanda.
Estimativas da Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata) apontam que as companhias aéreas da América Latina deverão ter um lucro de US$ 100 milhões em 2020, puxado por Brasil e México.
Especialista no mercado de aviação, o consultor André Castellini, sócio da Bain & Company, afirma esperar uma queda nas tarifas aéreas, mas também prevê um ano de crescimento para as companhias.
“O setor tem sua demanda ligada ao crescimento do PIB e do investimento. Como o crescimento deve ser maior em 2020, esperamos alta na demanda.”
Fonte: O Estado de S. Paulo