Em fevereiro deste ano, um número divulgado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) assustou a fiel torcida. Segundo dados do órgão, os clubes brasileiros devem quase R$ 5,3 bilhões apenas à União.
Desses, R$ 737,7 milhões são apenas do Corinthians, isso sem incluir os débitos do principal patrimônio do clube, a Arena Corinthians. Explicar essa dívida é um pouco complexo, já que envolve dois CNPJ distintos. Porém, ainda assim, o ajudaremos a entendê-la. Vem conosco!
Clube social
Segundo os dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional o Corinthians, como clube social e entidade sem fins lucrativos, é o clube que possui a maior dívida junto à União.
O Timão lidera o ranking de devedores na praça, com débito de R$ 737,7 milhões. Abaixo do alvinegro do Parque São Jorge aparecem Atlético Mineiro (R$ 356,5 milhões), Vasco da Gama (R$ 256,5 milhões), Botafogo (R$ 251,6 milhões) e Flamengo (R$ 224,2 milhões).
Segundo o órgão, cerca de 3,5 mil clubes esportivos e sociais têm débito com a União, sendo que os dez maiores devedores concentram 49% da dívida total. São eles:
- Corinthians – R$ 737 milhões
- Atlético – R$ 356 milhões
- Vasco – R$ 256 milhões
- Botafogo – R$ 251 milhões
- Flamengo –R$ 224 milhões
- Confederação brasileira de vela e motor – R$ 219 milhões
- Fluminense – R$ 173 milhões
- Guarani – R$ 141 milhões
- Internacional – R$ 130 milhões
- Palmeiras – R$ 88,3 milhões
Porém, esse valor ainda não é de todo preocupante, uma vez que boa parte dessa dívida está em situação regular, após negociação do clube através do Profut, que parcelou o débito oferecendo garantias, e o Timão vem cumprindo seus compromissos junto ao governo federal.
O que é o Profut
Criado em agosto de 2015, durante o segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, o Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro, que ficou popularmente conhecido como Profut, buscava renegociar as dívidas tributárias das entidades esportivas com o governo, além de criar dispositivos legais que garantissem uma gestão profissional e responsável dos clubes.
Para tal, o governo federal perdoou cerca de R$ 579 milhões em impostos não pagos pelos principais clubes de futebol do país. Em contrapartida, a União recebeu garantias de pagamento por parte dos clubes, que renegociaram suas dívidas, e incluiu punições esportivas para aqueles que continuassem a desrespeitar os acordos financeiros. Ou seja, era, em prática, uma Lei de Responsabilidade Fiscal para as entidades esportivas.
Ok, mas onde entra a Arena Corinthians?
Em 2012, visando a Copa do Mundo que seria disputada dois anos adiante, o Corinthians contraiu junto à Caixa Econômica Federal um empréstimo de R$ 400 milhões para a construção de seu estádio, a Arena Corinthians. Outra parte do dinheiro para a construção do local foi viabilizado pela Odebreacht, com quem o Timão já quitou as diferenças.
Porém, em meados de 2019, a Caixa moveu uma ação judicial cobrando uma dívida de pouco mais de R$ 536 milhões da Arena Itaquera S/A, CNPJ criado pelo Corinthians para se diferenciar da razão social do clube esportivo.
O Timão entende que a quantia é abusiva e negocia junto ao banco o abatimento de parte deste valor e uma nova forma de pagamento, uma vez que já quitou R$ 175 milhões da dívida, mas ainda está nas mãos de juros e multas, o que amplia o débito.
Por ter dois CNPJ’s, o Corinthians não está impedido de buscar crédito no mercado financeiro. Agora, é aguardar para ver como o Timão irá regularizar seu débito.
Mas se você é corintiano e quer ajudar o time a sair dessa, é bem simples. Devido a parceria do time com o Banco BMG, que é o patrocinador máster da camisa do Timão, sempre que alguém cria uma conta digital Meu Corinthians BMG, que é 100% gratuita e sem anuidade, o time recebe uma quantia.