Desigualdade Social: Inflação Sobe Para Famílias Mais Pobres e Cai Para Mais Ricas

Para presidente da República, é melhor um aumento de preços do que um desabastecimento na produção

Desigualdade Social: Inflação Sobe Para Famílias Mais Pobres e Cai Para Mais Ricas

Os preços aumentaram para os mais pobres, enquanto caíram para os mais ricos: é o que mostra o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda para o mês de novembro.

Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a inflação para as famílias mais pobres (com rendimento familiar mensal menor do que R$ 1.650,00) teve alta de 1% no mês. 

Por outro lado, a faixa mais rica da sociedade encontrou desaceleração inflacionária. As famílias que têm rendimento superior a R$ 16.500,00 tiveram uma queda de 0,82% na inflação em novembro, com um resultado de 0,63%.

Os dados do Ipea mostram que desde março o preço dos alimentos da cesta básica pressiona a inflação para os mais pobres no Brasil.

Mais Pobres Sofrem Com Altas Durante Todo o Ano

O ano de 2020 manteve a tendência de uma inflação que prejudica o mais pobre em relação às pessoas de alta renda. O impacto do aumento dos preços foi maior para as famílias de baixa renda. 

Os mais ricos tiveram uma taxa inflacionária de 1,68% no ano, enquanto a dos mais pobres foi bem maior: 4,56%. Isso mostra a desigualdade no país e como quem mais sofre com a inflação e os problemas econômicos do Brasil de fato são os mais pobres

Cesta Básica Muito Mais Cara

Alguns dos fatores que ajudam a entender porque a população mais pobre do Brasil sofre mais com os preços dos alimentos está na cesta básica. Produtos imprescindíveis para o consumidor tiveram aumentos bruscos nos preços.

O óleo de soja é o líder no índice dos aumentos de preço, com um encarecimento de 94,1%. A cesta básica ainda teve aumento significativos nos preços de alimentos como o arroz (que subiu 69,5%), o feijão (40,8%), o leite (25%), o frango (14%) e as carnes (13,9%).

Preços Caem Para os Mais Ricos

Mas como explicar uma vida mais barata para pessoas de alta renda se elas também enfrentam o crescimento do preço dos alimentos? É simples: enquanto para os mais pobres o que pesa nas contas do mês é o preço dos alimentos, para os mais ricos são outros itens.

E foi justamente esses itens que enfrentaram baixas no preço, como por exemplo: as passagens aéreas (com queda de -35,3%), o transporte por aplicativos, como Uber e 99 (-16,8%), a gasolina (-1,7%) e a diversão e o lazer (-1,1%).

Na comparação entre os últimos 12 meses feita pelo Ipea, a população mais pobre do Brasil enfrentou uma inflação (ou seja, um aumento nos preços) de 5,8%, enquanto a classe de renda mais alta teve uma taxa de inflação bem menor: 2,7% – número duas vezes maior para pobres.

Bolsonaro Minimiza Aumento Nos Preços

Apesar da alta inflação no país, o presidente Jair Bolsonaro demonstrou positividade e afirmou que o Brasil se saiu bem economicamente do combate à pandemia de Covid-19 que, segundo o presidente, está “no seu finalzinho”.

Em evento no Rio Grande do Sul, Bolsonaro falou sobre a situação econômica:

“O nosso governo, levando-se em conta outros países do mundo, foi aquele que melhor se saiu, ou um dos que melhor se saíram no tocante à economia.  Prestamos todo os apoios possíveis a estados e municípios. O auxílio emergencial foi diretamente na veia, diretamente na conta de 67 milhões de brasileiros, que precisavam realmente disso aí. Isso fez também movimentar a também economia de estados e municípios”.

O presidente da República disse ainda que “é menos ruim ter inflação que um desabastecimento”, em referência à possibilidade de faltar alimentos para a população brasileira. 

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