O consórcio é uma “forma de poupar juntos”. Assim, grupos de pessoas físicas ou jurídicas se unem com o objetivo de comprar um determinado bem de consumo. O dinheiro pode ser usado de várias formas, variando de acordo com a modalidade do consórcio.
Os grupos são criados por uma Administradora de Consórcios autorizada e fiscalizada pelo Banco Central do Brasil.
Os consórcios já foram muito populares no Brasil, principalmente, nos anos 90, quando as taxas de juros de empréstimos no país eram muito altas. Hoje em dia, a maioria dos jovens brasileiros não se interessa por essa forma de financiamento, recusando inclusive a conhecer os benefícios que a modalidade oferece.
As administradoras de consórcios esbarram em dois obstáculos para atrair o público mais jovem:
- Primeiro: A maioria dos jovens não está interessada em comprar carro, ou casa própria, influenciados principalmente pelos youtubers financeiros que afirmam que hoje em dia não é vantajoso possuir um bem durável.
- Segundo: A queda dos juros na economia brasileira barateou o acesso às linhas de crédito tradicionais para financiamento de imóveis e carros, criando uma concorrência direta para os administradores de consórcio.
A fim de sanar o problema enfrentado, as instituições estão inovando, buscando tornar seus produtos mais atraentes e acabar com o estigma de que o consórcio é um produto caro e pouco transparente. A primeira ação que eles tiveram foi de reduzir as taxas, que já foram bastante altas. Elas também estão investindo para facilitar o processo de adesão à modalidade, hoje em dia é possível contratar um consórcio totalmente por meio de plataformas digitais.
Veja algumas novidades que as instituições estão criando para facilitar a vida do cliente.
Robô amigo
A crítica mais recorrente do cliente é o prazo para o cliente ser contemplado. Quando uma pessoa entra em um consórcio, ela adquire uma carta de crédito e paga um valor mensal por ela, o valor da carta será resgatado de uma única vez de acordo com as regras do consórcio. A contemplação pode acontecer por sorteio ou por envio de lance, de modo que o cliente pode receber o dinheiro no primeiro mês de pagamento ou até somente no último.
Entretanto, muitos vendedores não eram totalmente honestos com os clientes, garantindo que todos seriam contemplados em um curto prazo. Assim, várias pessoas adquiriam o consórcio esperando um retorno rápido. O robô busca sanar exatamente esse impasse. A UP Consórcios passará a disponibilizar para os clientes uma espécie de robô que os orientará no processo de contratação do produto.
Taxa mais barata
A administradora Mycon também aposta na inteligência artificial para atrair o seu cliente. O CEO da empresa acredita que se eliminar o intermediário entre o cliente e a administradora os custos das operações serão menores, consequentemente haverá uma diminuição das taxas de administração, tornando o produto mais atrativo.
Enquanto a maioria das administradoras de consórcios, especialmente as ligadas a bancos, cobram uma taxa de aproximadamente 20%, a Mycon oferece hoje uma taxa de 9,99%.
A taxa de administração é um percentual cobrado pelas empresas para gerir o consórcio. Na prática, isso significa que se o cliente comprar um consórcio no valor de 200.000 reais deverá pagar 220.000 reais — isso se a taxa for de 20%.
Além desse valor, há ainda correções monetárias setoriais. Os consórcios de imóveis, por exemplo, têm as parcelas e o valor da carta ajustados pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Já os consórcios de veículos são ajustados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Além disso, algumas empresas cobram um seguro dos clientes, para cobrir eventuais inadimplências no grupo de consorciados e garantir que haja contemplação mesmo com os atrasos.
Banco e consórcio em um só lugar
O banco Inter aposta em sua plataforma de serviços para atrair mais clientes para o seu consórcio. Assim, seu cliente consegue contratar um consórcio pelo próprio aplicativo e sem burocracia. Além disso, o banco conta ainda com uma parceira com a MRV, dessa forma os clientes têm acesso ao portfólio de lançamento da construtora e adquirir um consórcio pensando naquele empreendimento.
Mas isso não significa que o cliente não possa dar um lance antes. “Se ele decidir tentar a contemplação para adquirir um imóvel MRV, o Inter acrescenta 12% ao valor total do lance. Ou seja: se ele tiver 100.000 reais, o lance será de 112.000 reais, o que aumenta a chance de contemplação. Além disso, o cliente pode parcelar o pagamento do valor do lance em 12 vezes se assim desejar”, explica Bello.
Se o cliente decidir por não adquirir o imóvel da MRV, a contemplação se dará normalmente, contudo sem o benefício do bônus oferecido pelo banco.
As inovações estão gerando resultado, os números de clientes na faixa de 25 a 35 anos têm aumentado consideravelmente, o que mostra que as estratégias adotadas pelas instituições têm dado certo.
Você tem um consórcio? Como tem sido a experiência? Conte para a gente nos comentários.