UNUM HISTÓRIA: Como Surgiu o Dinheiro

Dando continuidade a nossa série de material contando histórias sobre o avanço financeiro no mundo, chegou a vez de conhecer como o dinheiro surgiu e se tornou essencial em todo o planeta

UNUM HISTÓRIA: Como Surgiu o Dinheiro

Uma compra simples, pequenas negociações, transações envolvendo duas ou milhares de pessoas. Compras que giram aos milhões, enfim. Como tudo isso seria possível sem a existência do dinheiro, de um órgão que o regularize? Você já parou para pensar nesta situação?

Hoje, a maneira como lidamos com o dinheiro é quase automática, não é verdade? E como tudo isso começou? Como as trocas de produtos e/ou serviços eram feitas, antigamente?

Ficou curioso? Quer saber mais? Siga conosco! Na sequência, o Unum faz um giro pela história do dinheiro, desde as primeiras negociações ainda muito precárias, até o sistema totalmente digitalizado, que conhecemos atualmente. Acompanhe!

A história do dinheiro, desde os primórdios

O dinheiro foi uma das maiores criações da história da humanidade, mesmo que muitos ainda o considerem “o mal da sociedade”. Ele permitiu que os homens saíssem de uma sociedade primitiva de escambo, até chegar a uma sociedade extremamente complexa e produtiva. A história do dinheiro é, de fato, fascinante!

Troca ou escambo

Ao longo da história da humanidade, as pessoas passaram a cooperar em uma divisão de trabalho para produzir bens. Com o avançar dos anos, o processo produtivo passou a se tornar cada vez mais complexo. As pessoas passam a se especializar em tarefas cada vez mais específicas, até que começam a surgir os diferentes ofícios e profissões.

Como consequência disso, passaram a surgir bens, com propósitos e ordem de complexidade diferentes. Diante deste fato, a troca direta entre duas pessoas, o chamado escambo, passou a se tornar cada vez mais difícil, a ponto de se tornar impraticável, com a evolução natural das negociações.

Para facilitar a compreensão, podemos dar um exemplo simples: suponha que em uma economia existam dois bens (sapatos e agasalhos). Duas pessoas podem estimar uma taxa de câmbio e trocar diretamente seus dois pares de sapatos por um agasalho. Esta é uma troca simples e direta, pois envolve dois bens e não houve nenhum meio de troca a não ser os próprios bens.

Agora imagine que essa economia seja um pouco mais complexa e que, neste novo exemplo, a mesma tenha 3 bens (sapatos, agasalhos e carne). Suponha que duas pessoas desejam realizar uma transação simples: uma possui sapatos e deseja agasalho, a outra parte possui agasalho mas deseja carne, desta forma, a troca direta não acontecerá.

Será necessário, então, encontrar alguém que deseje trocar carnes por sapatos, depois disso será necessário trocar carne por agasalho. Diante disso, adicione mais bens e mais pessoas dentro do contexto econômico, as trocas diretas ficariam impossíveis de ocorrer.

O surgimento do dinheiro

Dentro desse contexto surge o meio de troca, que passa a ser utilizado como dinheiro. Alguns bens são mais negociáveis dentro de uma economia do que outros bens. Por exemplo, o trigo é mais negociável do que um instrumento de astronomia, assim como o couro é mais negociado do que um arado.

Levando-se isso em conta, vale destacar que estes bens são escolhidos, de forma gradativa, pela sociedade, através do mercado. O bem escolhido como dinheiro deve ser aquele que mais facilita a troca indireta entre duas pessoas. Inicialmente foi escolhido o trigo, no entanto, algumas sociedades chegaram a usar carne, couro e sal como meio de troca.

A sociedade foi selecionando os melhores bens para servir como meio de troca, até chegar nos metais preciosos como Ouro, Prata e Bronze, que atendiam algumas das principais características do dinheiro.

As características que todo bom meio de troca deve ter é: facilidade de trocar, fácil de transportar, escasso, difícil de falsificar, ter uma boa durabilidade e ser homogêneo. Os metais preciosos preenchiam todas estas características, quase à perfeição.

Dessa maneira, por volta do século VII a.C, começam a ser cunhadas, de forma privada, as primeiras moedas metálicas. Logo depois, os governos passaram a cunhar suas próprias moedas, obrigando sua utilização pelos seus cidadãos. O dinheiro, portanto, passava a assumir a forma como conhecemos hoje, de moedas metálicas.

Evolução da moeda

Com o surgimento das moedas metálicas, as trocas indiretas ficam mais fáceis de ocorrer, permitindo que a economia se desenvolva. Com uma moeda boa, a divisão de trabalho se torna mais evidente. As pessoas se especializam cada vez mais nas tarefas e a produtividade do trabalho aumenta, em um nível jamais visto anteriormente.

Antigamente, as pessoas deveriam produzir o que desejavam consumir, o que demandava bastante tempo. Além disso, a produtividade era muito baixa, ou seja, poucos bens eram produzidos na sociedade. O dinheiro, portanto, foi um verdadeiro milagre, porque possibilitou uma maior prosperidade econômica.

As pessoas já podem se especializar em uma profissão, aumentando a produtividade de seu trabalho. Agora elas podem vender seus produtos no mercado, adquirir suas moedas metálicas e trocá-las por uma centena de outros produtos disponíveis para a compra.

Limitação das moedas metálicas

As moedas de metais preciosos são muito valiosas, e por conta disso, surgiu a preocupação com a segurança. Negociar grandes quantidades de ouro passava a ser perigoso e cada vez mais impraticável. Um mercador com uma alta quantia de moedas de ouro se tornaria um alvo fácil para ladrões, por exemplo.

Um outro problema apresentado é que, carregar grandes quantias de ouro se tornava um fardo pesado e custoso, o que prejudicava a mobilidade. Isso impossibilitava o envio de uma grande quantia de ouro para qualquer lugar do mundo, dificultando o fluxo de dinheiro internacional.

Diante destas deficiências das moedas metálicas, começaram a surgir as casas de custódia. Elas basicamente eram um lugar onde se depositava o ouro em troca de um certificado que era uma espécie de “vale ouro”. Este certificado ficou conhecido como moeda-papel, que agora poderia ser utilizado em qualquer transação.

Surgem as reservas fracionárias

As casas de custódia começaram a perceber que nem todas as pessoas sacavam todo o seu ouro ao mesmo tempo. Diante deste fato, as instituições começaram a emitir quantias de certificados além do que tinham em estocado em ouro. Os novos certificados sem lastro eram emprestados para outras pessoas, que, por sua vez, pagariam juros às casas de custódia. Este mecanismo é conhecido como reserva fracionária, que é praticado até os dias atuais.

Na reserva fracionária atual, os bancos emprestam ou aplicam no mercado financeiro uma quantia de dinheiro maior do que está depositada neles. Sendo assim, se todas as pessoas corressem para sacar o seu dinheiro ao mesmo tempo, a maioria dos bancos iria declarar falência no mesmo dia, porque nem todas as pessoas conseguiriam resgatar seu dinheiro.

As casas de custódia evoluíram para o atual sistema bancário, que agora passava a custodiar ouro. Os bancos grandes passaram a incorporar os bancos menores, por meio da competição bancária. Além disso, os bancos menores viam nos grandes bancos uma forma de garantir maior liquidez para o sistema.

A partir deste ponto, começam a surgir os primeiros bancos centrais, sendo o Banco da Inglaterra o primeiro deles. Em 1919, surge o FED (Federal Reserve), nos Estados Unidos, por meio de uma sociedade anônima. Toda e qualquer emissão de moeda privada passa a se tornar ilegal e impraticável.

Perde-se o lastro

Os bancos centrais agora detém o monopólio da emissão de moeda em seus países de origem. Por meio de decretos governamentais de confisco, ou de serviços que ofereciam a custódia direta, os bancos centrais ficaram com a custódia de grande parte do ouro da população.

As moedas ainda eram lastreadas em ouro e prata, de forma que um cidadão poderia solicitar o resgate a qualquer momento. Ou seja, um dólar ainda valeria o equivalente a x gramas de ouro ou prata no momento do resgate.

Através da maior prática de reserva fracionária, a conexão da moeda com os metais preciosos se torna cada vez mais efêmera. A ligação é rompida, definitivamente, com fim do Acordo de Bretton Woods, nos anos 1970. Foi uma saída encontrada pelo presidente dos EUA, Richard Nixon, para evitar a fuga de ouro para a então União Soviética.

Surge a moeda fiduciária

A ligação com o Ouro se perde completamente, surgindo assim as “moedas fiduciárias”. As moedas fiduciárias não possuem nenhum tipo de lastro, ou seja, seu valor está baseado na confiança da população e investidores em relação ao governo emissor.

Quando as pessoas perdem a confiança nas instituições do governo, a moeda do país perde grande parte do seu valor. Para observar estes acontecimentos, não é necessário ir muito longe. Na Venezuela, por exemplo, o Bolívar já vale menos do que a moeda do jogo eletrônico World of Warcraft. No Zimbábue já existem notas de 100 trilhões de Dólares Zimbábueanos para comprar uma dúzia de ovos.

A retirada do lastro serviu como incentivo para os bancos centrais e privados criarem dinheiro indefinidamente. O lastro em ouro e prata serviam como disciplinadores e limitadores para o aumento da oferta monetária. Diante disso, os governos passaram a imprimir mais dinheiro do que nunca.

Os governos definem, através da lei, o que deve ser utilizado como meio de troca dentro da economia. Por lei as pessoas são obrigadas a expressarem seus contratos e contabilidades em termos da moeda corrente, definida anteriormente pelo governo de cada país.

A moeda atual possui curso forçado pelo poder legislativo do governo. No Brasil, por exemplo, é proibido aceitar em estabelecimentos outras moedas que não o Real. Isso faz com que as pessoas nunca deixem de utilizar a moeda, por pior que ela seja.

A modernização do sistema financeiro

O sistema financeiro se modernizou, de vez, com o surgimento da internet. Como consequência, o dinheiro passou a ser representado também por dígitos na tela de um computador. Os bancos dispõem de sistemas de internet banking, que permitem as pessoas realizar pagamentos e transações globais sem precisarem sair de casa.

Além disso, o mercado de crédito se torna extremamente mais acessível com o surgimento dos cartões de crédito. As pessoas podem solicitar empréstimos e receber o dinheiro ainda no mesmo dia. Com os cartões, as pessoas podem realizar compras sem necessariamente possuir dinheiro naquele momento.

Apesar dos benefícios trazidos por esta modalidade, a expansão do mercado de crédito aumentou o nível de endividamento das pessoas, empresas e governos. As consequências da expansão de crédito sem limites foram encaradas na crise financeira de 2008, quando os Estados Unidos passaram por uma das maiores recessões de sua história.

Surgimento da moeda virtual

No auge da crise financeira de 2008, Satoshi Nakamoto, em seu White Paper, propõe um sistema de dinheiro digital, sem a necessidade de confiança em uma instituição financeira: O Bitcoin. Naquele momento, ele reunia todas as características que o tornava a antítese do sistema financeiro vigente.

Afinal, o Bitcoin é um dinheiro descentralizado, sem intermediários financeiros, extremamente escasso, que oferece maior privacidade nas transações e não é controlado por uma pessoa ou entidade central. Além disso, ele é um ativo “inconfiscável”, que o torna completamente descolado do mercado financeiro e de decisões políticas como confisco de ouro e poupança.

O Bitcoin possui lastro

O Bitcoin, tal como o ouro, não possui lastro em algum bem físico. Seu valor não é garantido por uma entidade central ou governo. Seu lastro se dá justamente por suas características: um bem descentralizado, fácil de trocar, genuinamente escasso, “inconfiscável”, seguro e infalsificável.

Além disso, ele concerta um problema do ouro, que fez com que tenha sido necessária a sua custódia: o problema de mobilidade. Portanto, o Bitcoin não precisa de uma casa de custódia ou um banco. O detentor do Bitcoin pode ser o seu próprio banco, ou seja, dono da sua própria riqueza.

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