A Caixa Econômica Federal informou nesta terça-feira (21) que cerca de 3 milhões de contas contas digitais da poupança social, que são usadas para pagamento do auxílio emergencial, foram bloqueadas por suspeita de fraudes. Segundo a instituição, os usuários do aplicativo Caixa Tem, usado para movimentar a conta, devem se apresentar em uma agência bancária, com documento de identidade para regularizar o cadastro.
“A Caixa esclarece que o aplicativo Caixa Tem possui múltiplos mecanismos integrados de segurança, mantendo-se inviolável e seguro. O baixo percentual de fraudes observado deve-se à engenharia social, em que são utilizadas informações, documentos e acessos dos próprios clientes. Assim, recomenda-se utilizar apenas os aplicativos oficiais da Caixa e jamais compartilhar informações pessoais”, disse o banco em nota entregue à imprensa, que não explicava o número de impactados.
Pouco depois, em entrevista ao Infomoney, o presidente do banco, Pedro Guimarães, afirmou que dos pouco mais de 65 milhões de brasileiros que já receberam o auxílio emergencial até esta terça-feira, cerca de 5% foram bloqueados pelo banco, o que daria o número de 3 milhões de pessoas.
“Com a implementação rápida que tivemos que fazer para distribuir o auxílio lá no começo, sobraram algumas brechas de segurança. Em maio, em uma janela de dez dias, hackers acessaram milhares de contas. Identificamos todas e já corrigimos os problemas, mas pessoas honestas tiveram suas contas bloqueadas porque tivemos que salvar o dinheiro público”, afirmou o mandatário.
De acordo com o executivo, as pessoas que tiveram a conta bloqueada terão que comparecer a uma agência da Caixa e comprovar sua identidade para ter de volta o acesso ao benefício. “Quando a pessoa vai à agência e mostra que é ela mesma, nós liberamos rapidamente. Se ela não for, ficará sim bloqueado, porque essa questão de fraude nesse momento de pandemia é inaceitável”, completou.
Além das fraudes, o chefe supremo da Caixa explicou que há um grupo de pessoas que, mesmo após ter recebido uma ou mais parcelas, pode ter tido o auxílio bloqueado, porém sem relação direta com os golpes. De acordo com Guimarães, isso ocorre porque a Dataprev e o Ministério da Cidadania validam cada nova parcela depositada e conferem se o beneficiário realmente continua tendo direito ao benefício.
“Isso porque muitas pessoas não precisavam receber os valores, mas isso aconteceu devido à rapidez da Caixa em montar o processo e distribuir o dinheiro”, alega Guimarães.