Só no primeiro mês deste ano, os saques da poupança somaram $ 229,3 bilhões e levaram a retirada líquida ao recorde dos R$ 12,3 bilhões.
Segundo dados do Banco Central, o valor histórico que mais se aproximou desse patamar, foi em janeiro de 2016, quando a soma dos saques ficou em R$ 12,03 bilhões.
Tradicionalmente, o mês de janeiro apresenta grandes retiradas da poupança, principalmente porque a população usa parte das reservas financeiras para cobrir os gastos de fim de ano como impostos, matrícula e material escolar.
Tendência
O motivo dos saques em 2016, no entanto, são bem diferentes dos atuais em 2020. Isso porque naquela época o Brasil estava vivendo uma crise econômica, enquanto hoje, a poupança se tornou um investimento pouco rentável.
Veja só: quando a Selic está inferior aos 8,5%, o rendimento da caderneta de poupança representava 70% da Selic mais a taxa referencial. No momento, essa taxa está zerada e a Selic a 4,25%.
Em janeiro, portanto, o rendimento da poupança era 3,15%. E, agora, com a Selic em 4,25%, foi para 2,98%, bem abaixo da inflação prevista para este ano, que é de 3,4%.
Com a atual fórmula de rendimento, analistas acreditam que a tendência para o restante do mês, é que a retirada da poupança continue alta.