Desigualdade: Brasil Tem o Maior Abismo No Mundo Entre os Mais Ricos e os Mais Pobres

Segundo relatório, 1% dos mais ricos possuem 45% de toda a riqueza global, enquanto os 50% mais pobres ficam com menos de 1%

Desigualdade: Brasil Tem o Maior Abismo No Mundo Entre os Mais Ricos e os Mais Pobres

Divulgado novo relatório sobre a riqueza global, em 2019. Segundo os últimos dados, 1% dos mais ricos possuem 45% de toda a riqueza pessoal global, enquanto os 50% dos mais pobres possuem menos de 1% do montante. Os dados foram divulgados pelo Credit Suisse (CS).

O estudo realiza a análise da riqueza global (e não da renda) e da desigualdade de riqueza. Todos os anos, o relatório de riqueza global da CS analisa a riqueza familiar de 5,1 bilhões de pessoas em todo o mundo.

Lembrando que a riqueza das famílias é composta pelos ativos financeiros (ações, títulos, dinheiro, fundos de pensão) e propriedades (casas, etc.). O relatório mede essa rede de compromissos.

Em 2018, a riqueza global cresceu 2,6%, passando para US $ 360 trilhões e a riqueza por adulto atingiu novo recorde, de US $ 70.850, 1,2% acima do nível de meados daquele ano,com a Suíça obtendo os maiores ganhos em riqueza por adulto. Os EUA, a China e a Europa contribuíram mais para o crescimento da riqueza global, com US $ 3,8 trilhões, US $ 1,9 trilhão e US $ 1,1 trilhão, respectivamente.

Embora haja uma queda na diferença entre os países emergentes, a desigualdade entre os países cresceu à medida que as economias se recuperavam após a crise financeira global. Nota-se, no entanto, que desde 2016, a desigualdade global diminuiu, mesmo que de forma tímida.

Naquele ano, 1% dos ricos detinham 50% da riqueza mundial, enquanto em 2006, este índice ficava em 45%. Atualmente, 90% dos mais pobres representam 18% da riqueza global, comparada a 11% em 2000.

Em relação aos mais ricos, a desigualdade fica ainda mais evidente. Há 46,8 milhões de milionários no mundo em meados de 2019, mas a maioria possui riqueza entre US $ 1 milhão e US $ 5 milhões, ou seja, 41,1 milhões ou 88% dos milionários.

Já outros 3,7 milhões de adultos (7,9%) têm entre US $ 5 milhões e 10 milhões, e quase exatamente dois milhões de adultos agora têm riqueza acima de US $ 10 milhões. Destes, 1,8 milhão possui ativos na faixa de US $ 10 a 50 milhões, deixando 168.030 indivíduos com patrimônio líquido muito alto, acima de US $ 50 milhões em meados de 2019.

Os Estados Unidos seguem soberanos com o maior número de milionários, atingindo 18,6 milhões, ou 40% do total mundial. A China ultrapassou o Japão, com 10% dos ricos do mundo, deixando o vizinho com 6%. O Reino Unido e a Alemanha seguem o ranking, com 5% cada. Na sequência, aparece a França com 4%. Itália, Canadá e Austrália têm 3% de milionários cada um.

Já em relação ao número de milionários adultos por países, a Suíça puxa a fila com US $ 530.240, seguida pela Austrália com US $ 411.060 e pelos Estados Unidos, com US $ 403.970. A classificação por mediana da riqueza média por adulto favorece países com níveis mais baixos de desigualdade de riqueza.

Este ano, a Austrália com US $ 191.450 superou a Suíça, que apresentou US $ 183.340. Portanto, a Austrália tem a maior riqueza mediana por adulto do mundo (graças principalmente ao valor do imóvel).

E como fica o Brasil quanto à riqueza global?

Em 2019, o Brasil apresentou um aumento de 42 mil milionários, chegando a 259 mil brasileiros com uma conta de seis dígitos. Em 2018, havia 217 mil pessoas, segundo o relatório do Credit Suisse.

Com esse resultado, o Brasil figura entre os países com o maior crescimento de milionários no período, atrás de Estados Unidos, Japão, China, Alemanha e Holanda, respectivamente.

Quando se considera o grupo de milionários com mais de US $ 50 milhões, o país ganhou 800 novos membros, perdendo apenas para os Estados Unidos que atingiram 4,2 mil.

Também no Brasil há um abismo entre os mais ricos e os mais pobres. Segundo estimativa, 1% dos mais ricos do país detém 49% da riqueza familiar local. A proporção de brasileiros com riqueza inferior a US $ 10 mil é maior do que a média global, sendo 70% por aqui, contra 58% pelo mundo.

Segundo o relatório, o nível alto de desigualdade reflete, em parte, a alta desigualdade de renda. Ainda segundo o estudo, dois fatores principais colaboram com este quadro: baixo desempenho educacional na força de trabalho e a divisão entre os setores formal e informal da economia.

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