Após falarmos sobre os chamados bancos tradicionais, tanto públicos como privados, agora vamos abordar, neste espaço, um segmento que cresce, de maneira exponencial no Brasil.
Isso acontece devido à sua facilidade de acesso e, de modo geral, na resolução de problemas, com tudo feito na palma de sua mão, através de um aplicativo de celular. Estamos falando das fintechs.
Fintechs são startups da área financeira, que usam a tecnologia de forma intensiva, para oferecer serviços especializados, com diversos benefícios tanto para os usuários quanto para o sistema financeiro do país como um todo.
Elas chegaram há poucos anos e, no começo, incomodaram demais as empresas estabelecidas no setor, ou seja, os grandes bancos ou os chamados bancos tradicionais. O crescimento foi rápido, e influenciado por novas regulamentações. Somente entre 2014 e 2018, surgiram 503 fintechs pelo país.
Atualmente, até setembro de 2020, já são 828 fintechs atuando no Brasil, segundo dados do estudo Inside Fintech da consultoria de inovação aberta Distrito. Com isso, a forma como essas empresas se relacionam no mercado também foi mudando.
Ficou interessado no assunto? Quer saber mais? O que é uma fintech? Como as fintechs chegaram por aqui? Por que houve um crescimento tão rápido deste tipo de serviço no país? Quais sãs vantagens oferecidas aos usuários? Acompanhe estas e outras respostas a seguir! Continue conosco!
O que é uma fintech?
De acordo com a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), são aquelas empresas que usam tecnologia de forma intensiva para oferecer produtos na área de serviços financeiros de uma forma inovadora, sempre focada na experiência e necessidade do usuário.
Elas adotam modelos de negócio escaláveis e focam na inovação de produtos e serviços, para atender a uma necessidade específica do cliente.
Quando surgiram e como atuam as fintechs no Brasil?
As primeiras fintechs surgiram no país em 2013, já trazendo modelos inovadores, de baixo custo e com distribuição digital, totalmente focadas em reformular a experiência do cliente. Com o surgimento dessas startups voltadas para o mercado financeiro, veio também a ABFintechs, uma associação criada para atender às demandas dessas empresas, sendo responsável por representar os interesses das fintechs, atuando como interlocutora junto a órgãos governamentais e reguladores e, principalmente, gerando negócios para que os associados se fortaleçam e possam prosperar em suas atividades.
O Distrito Fintech Report, elegeu o top 10 de destaques do setor, utilizando um algoritmo de scoring que leva em conta o número de funcionários e o seu crescimento no último ano, faturamento presumido via análise do CNPJ, investimento captado, acessos no site e métricas de redes sociais. Acompanhe a lista, a seguir:
A chegada dessas empresas movimentou o mercado e assustou os grandes bancos, que trabalham com bases elevadas de clientes e uma extensa oferta de produtos, sem uma especialização.
Com o amadurecimento do mercado, os próprios bancos entenderam que teriam que mudar sua forma de atuação e passaram a desenvolver alguns serviços com os mesmos princípios das startups ou se associaram a várias delas, partindo de que essa parceria poderia ser benéfica para todos.
Essas mudanças devem se intensificar ainda mais, com a tendência do Open Banking, pelo qual as empresas conseguem desenvolver serviços.
A evolução das fintechs de crédito no Brasil
O Banco Central (BC) anunciou que, desde que entraram em vigor as normas que tratam da regulamentação de fintechs de crédito no Brasil (em pouco mais de dois anos), já autorizou o funcionamento de 30 delas, sendo 24 Sociedades de Crédito Direto (SCD) e 6 Sociedades de Empréstimo entre Pessoas (SEP).
A SCD realiza operações de crédito com recursos próprios e está autorizada a prestar outros serviços adicionais, inclusive a outras instituições financeiras e não financeiras, como análise e cobrança de operações de crédito e a revenda de seguros relacionados com as operações realizadas com seus clientes. Já a SEP, possibilita as transações peer-to-peer lending, que é uma transação financeira na qual os recursos recebidos dos credores são direcionados diretamente aos devedores, após negociação ocorrida em plataforma eletrônica.
Em comum entre essas empresas, além da promessa de prestação de serviços diferenciados e a custos mais reduzidos, está a utilização exclusiva de plataforma eletrônica e o uso intensivo e inovador de tecnologia.
O Banco Central está observando atentamente a ‘franja competitiva’ do mercado de crédito brasileiro, a fim de estabelecer condições equitativas para segmentos com potencial competitivo diferenciado ou disruptivo, como é o caso das fintechs de crédito, novas instituições que podem resultar em mais acesso ao crédito para segmentos de clientes não atendidos por instituições financeiras (IFs) tradicionais.
Adaptação aos novos tempos
Parte do segmento bancário já está incorporando os padrões de acesso, custos e estrutura operacional das fintechs, migrando para modelos semelhantes ou se constituindo, desde a autorização inicial, no formato de banco digital, integrado com as novas tecnologias de acesso, transmissão, processamento e armazenamento de dados e de processos e gestão.
O BC acredita que as SEP e SCD tendem a adquirir cada vez mais importância no Sistema Financeiro Nacional, uma vez que essas fintechs de crédito adotam um formato menos burocrático e com condições mais adequadas aos interesses das micro e pequenas empresas.
E quais são os benefícios para os usuários das fintechs?
Os usuários são os que mais têm a ganhar com o avanço das fintechs. Veja, a seguir, alguns dos benefícios que elas proporcionam.
Menos burocracia
Com tecnologia avançada, a imensa maioria das fintechs busca reduzir ao mínimo possível a burocracia que você usuário precisa enfrentar. Assim, documentação e papelada são substituídas por meios eletrônicos.
Especialização do serviço
Não dá para ser especializado em tudo. Dessa forma, um grande banco não consegue ter a melhor oferta de seguros, a prateleira de investimentos mais diversificada, as melhores taxas de juros para crédito e assim por diante. Uma empresa especialista em um único ramo, no entanto, pode focar em ser a melhor naquilo que faz.
Tecnologia avançada
As fintechs já nasceram em uma era de alta tecnologia e surgiram com o propósito específico de prover aquele serviço. Assim, todo o desenvolvimento se voltou para isso, com o melhor que a tecnologia tem a oferecer, sem aqueles “improvisos” para acomodar sistemas anteriores.
Acompanhamos, dessa maneira, que o ecossistema das fintechs no Brasil tem apresentado um alto crescimento e evoluído de diversas formas, tanto no relacionamento com o mercado quanto nos serviços que prestam aos clientes, gerando enormes benefícios a todos.