O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu na última semana, de forma unânime, manter a taxa básica de juros em 2% ao ano. É a primeira vez, após nove cortes consecutivos, que a Selic não sofre alteração. Ainda assim, a taxa está no piso da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996.
Na decisão, o Copom cita que “entende que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno. Consequentemente, eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva.”
O próprio BC, porém, já vinha indicando que a taxa Selic deveria ser mantida estável nesta quarta-feira antes mesmo da recente disparada dos preços dos alimentos. O Copom fixa a taxa básica de juros com base no sistema de metas de inflação. Em nota, o comitê informou que “avalia que a inflação deve se elevar no curto prazo” e destacou que a alta do preço de alimentos contribui para esse movimento.
“O Comitê avalia que a inflação deve se elevar no curto prazo. Contribuem para esse movimento a alta temporária nos preços dos alimentos e a normalização parcial do preço de alguns serviços em um contexto de recuperação dos índices de mobilidade e do nível de atividade”, afirmou.
O que leva o Banco Central a interferir na Selic?
Por dois motivos: Quando o Copom aumenta a Selic, há uma desaceleração da economia, o que impede que a inflação fique muito alta.
Já quando a taxa básica de juros é baixada, o Banco Central pretende estimular o consumo e reaquecer a economia.
A Selic baixa é boa ou ruim?
Bom, a resposta é variável. Qualquer mudança na taxa básica de juros afeta três grandes pilares de sua vida: a inflação, o rendimento de diversos investimentos e as taxas de empréstimos, cada um de uma maneira distinta.
Com a Selic está em baixa, a tendência é de que os bancos e instituições financeiras acompanhem e diminuam as taxas de juros, tornando o crédito mais acessível para a população, uma vez que eles se baseiam na decisão do Copom para definir suas variáveis.
Outro ponto é que preços em geral que compõem o cálculo da inflação podem até variar, mas não será muito, uma vez que a taxa básica de juros é diminuída para estimular a economia e controlar a inflação.
Porém, a Selic em baixa é prejudicial para investimentos, pois os títulos públicos indexados a ela e as aplicações em Renda Fixa passam a oferecer uma remuneração menor. Assim, Tesouro Direto, LCI’s e CDBs passam a pagar menos do que outrora.