BC Avalia Recuperação Parcial de Atividades Econômicas no Brasil

Análise do Banco Central foi feita também por região, considerando o trimestre de março, abril e maio

BC Avalia Recuperação Parcial de Atividades Econômicas no Brasil

O Banco Central informou na última sexta-feira (14) que a atividade econômica do Brasil deu sinais de recuperação, ainda sob forte ação da pandemia de Covid-19.

A recuperação, no entanto, é parcial e modesta. Segundo o BC, “a atividade econômica mostra sinais de recuperação parcial, com setores mais diretamente afetados pelo distanciamento social ainda bastante deprimidos, apesar da recomposição de renda gerada pelos programas de governo, como o auxílio emergencial”.

Os dados são do boletim regional do Banco Central e analisam os resultados por região do país. O BC avaliou que “os impactos econômicos da pandemia foram relevantes e de intensidade relativamente semelhante, com exceção do Centro-Oeste, que registrou efeitos menos pronunciados”.

Confira abaixo o resultado por região.

Região Norte

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central da Região Norte (IBCR-N) acabou sofrendo uma retração de 6,9% no trimestre de março, abril e maio. O trimestre anterior, dezembro, janeiro e fevereiro, teve o resultado de 0,6%. As principais retrações foram no estado do Pará, com 4,5%, e no Amazonas, com 15,2%.

Avaliação do BC sobre o Norte

“A diminuição das vendas do comércio varejista, mais acentuada do que a observada na média do país, refletiu, em grande parte, o isolamento social intenso no período. Indicadores de acompanhamento mais tempestivos sugerem recuperação das vendas em junho e início de julho, em linha com a redução do distanciamento social”.

Região Nordeste

Usando a mesma lógica do trimestre encerrado em maio, podemos apontar que o impacto da pandemia sobre a economia e suas atividades no Nordeste foi distribuído entre várias áreas, mas o setor agropecuário foi uma exceção, já que a região passa por um bom momento no clima o que torna as condições ideais para o agro. Por lá, o IBCR-NE apresentou recuo de 8%.

Avaliação do BC sobre o Nordeste

“A despeito do dinamismo da agricultura e da maior abrangência do auxílio emergencial na região, que serviram como fatores de mitigação da crise sanitária, prevaleceram os efeitos contracionistas do distanciamento social sobre os serviços e segmentos industriais ligados ao comércio (vestuário, calçados e têxtil). Indicadores com informações mais recentes sinalizam continuidade da recuperação parcial da economia nos meses de junho e no início de julho”.

Região Centro-Oeste

Exceção da regra, o Centro-Oeste teve menor nível de contração da economia, ainda considerando a lógica do trimestre de março a maio. O reflexo disso deu-se sobretudo na estrutura econômica regional, que é baseada prioritariamente em atividades relacionadas à produção de matérias-primas e subsídios, como as atividades agrícolas, a pecuária e até mesmo a extração de minerais. Outro fator que influenciou nesse resultado foi o desempenho recorde da safra de soja.

Avaliação do BC sobre o Centro-Oeste

“Ainda que o setor primário tenha apresentado resultado positivo, foram significativas as adversidades impostas sobre as atividades de serviços mais intensivas em mão de obra. A retomada da economia chinesa, a colheita da segunda safra de milho e a resiliência do setor industrial local permanecesendo elementos de sustentação da atividade econômica na região nos próximos trimestres.”

Região Sudeste

Na principal região comercial do Brasil, o IBCR-SE recuou 6,6% no período entre março e maio em relação ao período anterior, referente a dezembro, janeiro e fevereiro. Neste resultado, o índice caiu 0,1% no mesmo tipo de comparação. Apesar da queda, o indicador é 2,2% maior do que o mês anterior.

Avaliação do BC sobre o Sudeste

“Adicionalmente, a evolução de dados mais tempestivos – como os de consumo de energia elétrica e vendas com cartão de débito – sugere que a economia continuou o processo de recuperação em junho e início de julho. Prospectivamente, o ritmo e a sustentação da recuperação permanecem bastante incertos, em parte, decorrente da pouca previsibilidade associada à evolução da pandemia.”

Região Sul

Outra região produtora importante do Brasil, o Sul teve o IBCR-S com recuo de 6,8% no trimestre encerrado em maio, resultado menor apenas do que o do nordeste.

Avaliação do BC sobre o Sul

“O cenário permanece desafiador, em particular, pelo impacto severo no mercado de trabalho e pelo grau de incerteza ainda presente na economia, em razão do estágio ainda crescente da pandemia, diferentemente do que ocorre em outras regiões”.