Em 2020, todos os brasileiros sentiram diretamente o impacto da pandemia, tanto no seu cotidiano quanto no bolso. No comércio não foi diferente, muitos estabelecimentos fecharam as portas durante meses, respeitando medidas impostas por cada estado.
E isso, claro, afeta diretamente a economia do país.
Mas a pergunta que fica é: como o Governo Federal vai agir no ano de 2021 em relação à renda do país para que haja uma recuperação notável?
O Fator Covid-19
Primeiramente é importante frisarmos que muitos dos gastos feitos pelo Governo neste ano estão ligados ao combate do novo coronavírus, causador da Covid-19.
A doença foi uma surpresa global, nenhum país estava totalmente preparado para lidar diretamente com tantas barreiras e restrições.
Em todo começo de ano são esperadas algumas mudanças no comércio ou até mesmo no comportamento do consumidor, porém não se esperava algo tão brusco como foi no ano de 2020.
Segundo a Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia, os gastos do governo federal no enfrentamento à pandemia no Brasil somaram mais de R$ 620,5 bilhões.
Desse montante, cerca de R$ 588,9 bilhões afetarão o déficit primário neste ano e R$ 31,6 bilhões impactarão as contas públicas no ano seguinte.
Ainda sobre a pandemia, é esperado que a maior parte do dinheiro gasto no ano que vem seja para a compra das vacinas, o que consumirá R$ 20 bilhões em créditos extraordinários do orçamento de 2021.
O restante (R$ 11,6 bilhões) vai ser investido em uma reabertura de crédito para o Ministério da Saúde e também suprirá três ministérios: Cidadania, Saúde e Previdência.
Empréstimo do CAF
Em agosto, o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) informou que tinha aprovado um empréstimo de 350 milhões de dólares ao Brasil para que o Ministério da Economia pudesse se estruturar para combater a crise gerada pela pandemia da Covid-19.
O empréstimo, em torno de 1,8 bilhões de reais, foi oficializado no dia 21 de dezembro e a ação mostra que o governo tem se mobilizado para estabilizar a economia do país
Segundo nota publicada pelo próprio CAF, o financiamento complementará as iniciativas fiscais já em curso no país e reforçará as medidas econômicas anticíclicas voltadas a reduzir os efeitos da pandemia.
Com a possibilidade de uma nova onda de contaminação de Covid-19, muitos comerciantes e até os próprios consumidores estão em alerta para o andamento da economia.
O Fim do Auxílio Emergencial
O Auxílio Emergencial foi uma das medidas tomadas em 2020 para evitar que as pessoas de baixa renda passassem por dificuldades, relacionadas à quarentena. Muitos brasileiros foram demitidos, aumentando o número de desempregados no país.
As parcelas de 600 reais mensais foram um alivio para as pessoas que foram pegas de surpresa pelo crescimento no número de infectados e pela suspensão de serviços e de vagas.
O que será do futuro do brasileiro com o fim do auxílio emergencial?
Apesar do aumento no número de casos no fim do ano, o Governo informou que não pretende prorrogar o pagamento de parcelas no próximo ano.
Por enquanto, o plano é concentrar-se na imunização e nas parcelas ainda pendentes para pagamento. Boa parte da população carente questionou o posicionamento do Governo para o novo ano, uma vez que a pandemia ainda não acabou e as dificuldades financeiras continuam.
Programa Brasil Mais
Uma boa notícia para os comerciantes e donos de pequenas empresas e indústrias é que o programa de apoio Brasil Mais, que retornou às atividades em outubro de 2020, será renovado para março de 2021.
O Programa Brasil Mais foi criado para oferecer consultoria, apoio técnico e capacitação em dois eixos: adoção de tecnologias digitais e melhoria de gestão.
O primeiro eixo está disponível para a indústria, enquanto o segundo é voltado para micro e pequenas empresas.
Interrompido no começo do ano por causa da pandemia, o programa pretende chegar ao fim de 2021 atendendo cerca de 70 mil empresas. Para 2022, o plano prevê a prestação de consultoria técnica a 120 mil companhias.