BC Libera Mercado Livre Para Atuar Como Instituição Financeira

A decisão já havia sido publicada no Diário Oficial da União no mês passado, mas somente esta semana a autoridade monetária deu a confirmação

Mercado Livre agora pode atuar como instituição financeira

O Mercado Livre recebeu na última segunda-feira (9), a autorização do Banco Central (BC) para operar como uma instituição financeira, informa a companhia em nota distribuída à imprensa. A decisão já havia sido publicada no Diário Oficial da União (DOU), no último dia 15 de outubro, mas somente esta semana a autoridade monetária deu a confirmação de forma oficial.

O aval do Banco Central abre espaço para o Mercado Livre consolidar sua atuação no segmento de crédito. Desde 2017 a empresa tem o Mercado Crédito, com empréstimos para quem tem conta no Mercado Pago, fintech de pagamentos do Mercado Livre.

O anúncio ocorre um mês e meio depois de o Mercado Livre ter anunciado que recebeu do Goldman Sachs um aporte de R$ 400 milhões, destinados à ampliação do serviço de crédito.

Aumento na Expansão de Crédito

Com a autorização oficializada pelo Banco Central, a empresa pretende expandir ainda mais seus negócios na área de operações de crédito, assim como o oferecimento de seguros.

Desde o início da oferta, em 2017, o grupo já concedeu mais de R$ 4 bilhões em créditos no Brasil, em um total de mais de 10 milhões de transações. Essas operações alcançaram principalmente consumidores e empreendedores sem acesso ao crédito no sistema financeiro tradicional”, explica, em nota, Túlio Oliveira, vice-presidente do Mercado Pago, que já opera como instituição de pagamento.

A licença de instituição financeira também permitirá ao Mercado Pago acessar fontes de financiamento diferentes, que podem complementar a estratégia de funding da companhia. “Ter um rol de instrumentos de financiamento mais completo beneficiará de forma estrutural toda a área de fintech e trará maior solidez, além de resiliência para o negócio”, afirma Pedro de Paula, diretor do Mercado Crédito no Brasil.

Mercado Livre e Pitzi Lançam Seguro Para Celulares e Querem Popularizar Serviço no Brasil

A Pitzi, startup de seguro de celulares, anunciou na última semana que, em parceria com o Mercado Livre, está lançando planos de proteção para smartphones, pelo site do e-commerce. Segundo a empresa, a iniciativa quer oferecer formas mais acessíveis para que a popularidade do serviço cresça entre os brasileiros.

A ideia surgiu durante a quarentena causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), quando a Pitzi percebeu que o celular estava se consolidando como um dos principais bens pessoais utilizados pelo brasileiro. A partir de então, com a ajuda do Mercado Livre, Daniel Hatkoff, fundador da Pitzi, resolveu desenvolver uma forma de garantir mais segurança para manter o celular em uso por mais tempo.

Para Daniel Hatkoff, o serviço pode aumentar a contratação de seguros para celular no Brasil. “A gente começou a desenvolver um produto que poderia garantir que todos os clientes do Mercado Livre, que estavam comprando pelo celular, pudessem ter seu aparelho protegido. Foi um momento muito fortuito para construir um produto totalmente digital, com experiência integrada. É uma iniciativa muito grande para o mercado de tecnologia de seguro e de e-commerce”, afirma Hatkoff, em entrevista ao “Estadão”.

Como Funciona o Seguro Para Celulares do Mercado Livre?

Nos planos que são assinados diretamente na conta do usuário no Mercado Livre, três opções são oferecidas ao cliente, a princípio, para o seguro de celulares: Proteção Contra Danos, Proteção de Tela e Proteção Total, um seguro que tem cobertura contra roubo, furto e quebra acidental — todos oferecidos em parceria com a seguradora Mapfre.

Os valores dependem do plano e do modelo do celular do usuário, mas, em média, podem custar o equivalente entre R$ 15 e R$ 80 por mês. O seguro total para um Motorola Moto G8, por exemplo, sai por cerca de R$ 29 por mês. Já o pacote Proteção Contra Danos custa R$ 23, e o Proteção de Tela, R$ 15, todos no mesmo modelo. Se comparado com o iPhone XR, os preços são mais caros: o seguro total fica por R$ 79; Proteção Contra Danos, R$ 64; Proteção de Tela, R$ 43.

O pagamento é feito pelo Mercado Pago, plataforma financeira do Mercado Livre, que aceita opções como cartão de crédito e boleto bancário. O valor é calculado para um pacote anual, que pode ser renovado ao final da vigência. Para alguns usuários, as assinaturas de seguro já estão disponíveis, e Daniel afirma que até o final de novembro, o site já estará cobrindo 100% da demanda nacional.

A logística da assistência e reparo também é fornecida pela Pitzi, que já possui mais de um milhão de clientes no Brasil, com pontos de assistência espalhados pelo País. A expectativa é que a bagagem do Mercado Livre também possa auxiliar na execução do serviço, que tem necessidades variadas conforme a região, afirma Hatkoff.

“O produto foi desenhado para ser acessível não só em termos de preço, mas de flexibilidade. A gente sabe que tem pessoas que moram nas capitais e tem medo de furto, mas tem pessoas que moram no interior, em lugares que não tem essa preocupação, e que também querem garantir a segurança e os reparos para seus aparelhos. São produtos diferentes para cada necessidade”, afirma Hatkoff.

Popularização do Seguro de Celulares

A visão de Hatkoff sobre a proposta de trazer o seguro para a plataforma do Mercado Pago é ousada, já que, segundo ele, o objetivo é que, em cinco anos, 95% da população brasileira com celular tenha contratado um serviço de seguro para o aparelho. Hoje, esse número não passa de 16%, segundo pesquisa realizada pela Mobile Time em julho deste ano.

Para isso, a Pitzi espera fazer mais parcerias para alcançar todo o País no negócio de seguros, para garantir a cobertura de proteção, logística e de popularidade do serviço. “Ainda há um volume muito pequeno de pessoas no Brasil com seguro de celular. O produto em si é para todo mundo, e nós desenhamos para ser digital, que é o público alvo do Mercado Livre. Queremos levar o mercado brasileiro para o patamar que existe em outros países, como no Japão, mas com tempo e mais parcerias. Nós não conseguimos fazer essa transformação no mercado sozinhos, contamos muito com parceiros e outros ecossistemas”, finaliza Hatkoff.

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