A pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que a inflação persistentemente alta tem impactado significativamente a percepção da população brasileira sobre os preços. Segundo o levantamento realizado pelo Instituto FSB Pesquisa com 2.015 pessoas nos primeiros cinco dias de abril, 95% dos entrevistados afirmaram ter sentido um aumento nos preços nos últimos seis meses, em comparação com 73% registrados em novembro do ano anterior.
Dentre os entrevistados, 87% relataram que os preços aumentaram muito nos últimos meses, enquanto 8% perceberam um aumento um pouco menor. Esse sentimento é acompanhado pelo impacto financeiro, com 76% das pessoas afirmando que sua situação financeira foi afetada pela alta dos preços, sendo que 54% consideraram que suas finanças foram muito afetadas.
Apesar das sucessivas elevações da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central, chegando a 11,75% ao ano após nove altas consecutivas, a pesquisa revelou que 66% dos entrevistados esperam que a inflação continue aumentando nos próximos seis meses, e 43% acreditam que os preços ainda vão aumentar muito.
Embora mais pessoas estejam percebendo a alta da inflação e seus impactos financeiros, houve uma diminuição na quantidade de entrevistados que reduziram seus gastos. A pesquisa mostrou que 64% das famílias reduziram seus gastos nos últimos seis meses, comparado a 74% em novembro do ano anterior.
Considerando apenas os entrevistados que afirmaram ter reduzido gastos, 49% realizaram cortes significativos, sendo que 19% consideraram o corte muito grande. Além disso, 60% dos consultados agora afirmam que a redução de gastos será permanente.
Diante desse cenário desafiador, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, destacou a necessidade de medidas como a reforma tributária para incentivar o crescimento econômico, a geração de empregos e o aumento da renda da população.