No primeiro semestre de 2023, as vendas de carteiras de empréstimos em atraso no Brasil atingiram o montante de R$ 17 bilhões, registrando um aumento significativo de 31% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Esses dados foram divulgados pela Recovery, uma empresa de recuperação de crédito pertencente ao Itaú Unibanco (ITUB4). Além disso, o total colocado à venda por credores, mesmo que não necessariamente tenha sido vendido, alcançou R$ 35 bilhões, em comparação com os R$ 32 bilhões registrados no ano anterior.
Dentre as operações em atraso, as dívidas vencidas do cartão de crédito se destacaram, representando três quartos do total, o equivalente a R$ 13 bilhões.
Segundo Bruno Russo, diretor comercial e de tecnologia da Recovery, esse aumento nas vendas de carteiras de empréstimos está relacionado a uma maior concessão de crédito por parte dos bancos. Esse cenário resultou no reflexo observado nas vendas de carteiras.
Outro dado relevante do levantamento é o aumento no valor renegociado, mas não honrado pelos devedores. No primeiro semestre de 2023, esse valor chegou a R$ 4 bilhões, marcando um aumento de 400% em comparação à primeira etapa de 2022. Russo atribui esse aumento ao fato de que os clientes não conseguiram cumprir com os acordos de renegociação devido ao aumento do endividamento, resultando em inadimplência novamente.