A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) juntamente com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) entrevistaram juntos 805 consumidores e concluíram que 36% deles já haviam feito compras com nome de terceiros nos últimos 12 meses antes da pesquisa.
Além dos que já utilizaram nome de terceiros, os entrevistados disseram que também já emprestaram cartão ou nome para fazer empréstimo, e os números são surpreendentes: 32% já emprestaram o nome sem saber a quantia que seria usada, 53% tiveram que arcar sozinhos com a dívida e 94% dos casos, a amizade ficou abalada após o episódio.
Mas você já parou pra pensar o porquê as pessoas emprestam seu nome para empréstimos de outros ou seu cartão mesmo sabendo as consequências?
Por que emprestamos nosso nome para outras pessoas?
Na maioria das vezes, são pessoas próximas de nós que pedem um empréstimo com nossos documentos, cartão de crédito emprestado ou até mesmo financiamentos e, por causa da proximidade das relações pessoais, acabamos cedendo.
Ainda baseado na pesquisa do CNDL e SPC, 51% das pessoas que emprestaram o nome o fizeram com a intenção de ajudar alguém próximo, enquanto 16% ficaram com vergonha de dizer não.
De acordo com a pesquisa, as pessoas que mais sujam o nome de outros são amigos, pais, filhos ou cônjuges.
Na avaliação do educador financeiro do SPC Brasil José Vignoli, emprestar o nome para amigos ou conhecidos é uma atitude solidária, mas que pode causar prejuízos. “A pessoa que pede esse tipo de favor, geralmente, já tem o próprio nome com restrição ou está com a vida financeira desorganizada, então o risco de não receber o valor gasto é alto. Não se deve emprestar o nome sem antes refletir sobre as consequências dessa decisão. Do ponto de vista legal, quem emprestou o nome é sempre o responsável pela dívida feita”, alerta o educador.
Assim, se você for emprestar, saiba que você é responsável por esta ação.
Responsabilidade de Quem Empresta
Independente de quem estiver pagando a dívida, a responsabilidade da quitação da dívida sempre será de quem está assinado no contrato, por isso, Camila Viana, superintendente da Cercred orienta a não emprestar, para evitar que você comprometa seu orçamento com parcelas que não são suas.
No entanto, José Vignoli não vê problema em emprestar, desde que sejam situações difíceis, de fato. Se for algo supérfluo como uma viagem, por exemplo, que não é de extrema necessidade, é bom evitar. Mas “Existem situações e situações. Há pessoas sérias, com dificuldades momentâneas, muitas vezes por questões de saúde, por exemplo”, afirma Vignoli. “[É melhor] emprestar em uma situação em que efetivamente julgue que seja necessário. Medir quanto aquele dinheiro vai fazer falta a você e entender o que levou a pessoa a chegar àquela situação.”
Um Familiar Quer Pedir Um Empréstimo em meu Nome, e Agora?
É importante que você tome algumas atitudes antes de emprestar seu nome para aquisição de um empréstimo. São essas:
Informe- se: Antes de mais nada, é bom buscar informações para minimizar os riscos, então tente buscar o histórico dessa pessoa: se ela faz esse pedido com frequência, se tem alguma renda para te pagar, se já sujou o nome de outra pessoa. Você também tem o direito de perguntar pra que o dinheiro do empréstimo será usado. Lembra dos tipos diferentes de situações? Então, aqui elas são importantes.
Não Responda Imediatamente: Se você foi pego de surpresa com o pedido e quase aceita sem pensar, uma sugestão é parar para refletir um pouco. Peça um tempo para responder e pense na possibilidade da pessoa não conseguir cumprir o compromisso. Seu orçamento comporta essa quantia ou vai te deixar endividado? Sempre é bom pensar em um plano B. Além disso, muitas vezes quando se pede um tempo a pessoa que está solicitando desiste de você e vai procurar outro caminho mais fácil.
Não Fique Constrangido em Negar: Se você fez a simulação do empréstimo no seu nome e ela realmente não cabe no seu bolso caso o outro não pague, não há necessidade de constrangimento. Ou se você tem consciência dos riscos envolvidos e não quer fazer isso, diga logo não. É melhor evitar uma situação constrangedora na relação de vocês depois, do que cortar o mal pela raíz.