A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) afetou por completo nosso comportamento e até mesmo o Natal foi impactado.
Segundo levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offer Wise Pesquisas, nas 27 capitais brasileiras, 46% dos consumidores devem se auto presentear na data.
A tendência é que 72 milhões de pessoas comprem algum presente para si mesmas neste fim de ano, o que promete injetar cerca de R$ 25 bilhões na economia.
E não há nenhum exagero nesse rito, ainda mais neste ano, já que há o aspecto emocional somado à reconfortante ideia do “eu mereço” e ao 13º salário caindo no bolso.
Essa tendência é mostrada no levantamento, que aponta que entre os que estão dispostos a comprar presentes para si mesmos, 44% afirmam que o fazem por precisar de algum produto e, por essa razão, aproveitam esta época.
Outros 39% justificam ser uma recompensa por terem trabalhado muito em 2020, enquanto 15% admitem que o Natal é somente um pretexto para comprar.
Gasto Médio Elevado
Ainda de acordo com a pesquisa, o gasto médio do presente será de R$ 163.
O levantamento mostra que ainda, em média, os consumidores planejam comprar dois presentes para si próprios.
Os itens mais desejados são roupas (54%), calçados (34%), perfumes e cosméticos (24%), acessórios (19%), Smartphone (15%) e livros (12%).
Para o presidente da CNDL, José César da Costa, apesar da cautela da população, o Natal ainda é a principal data de compras do ano e tem uma função importante na economia do país.
“O setor já esperava alguma insegurança por parte da população, mas o brasileiro deve manter a tradição de comprar presentes e também de se auto presentear, mesmo que com mais cautela”, diz José César.
“O varejo aguarda ansioso pelas vendas de final de ano para a retomada das suas atividades, tão impactadas pela pandemia”, destaca.
Filhos Impactam na Escolha e Nas Contas da Casa
O levantamento mostra, também, que os filhos seguem tendo grande influência na escolha dos presentes que vão ganhar pelos pais neste período natalino (isso sem contar o Papai Noel, claro).
Se por um lado, o estudo revela que 42% dos consumidores com filhos dizem comprar sozinhos os presentes das crianças, outros 52% admitem que os filhos são os verdadeiros influenciadores na hora da escolha.
Além disso, 39% permitem que os filhos tenham a palavra final sobre o presente, enquanto 13% escolhem conjuntamente com os pais.
Outro dado significativo refere-se ao peso do presente dos filhos no orçamento doméstico.
Quase 18% dos entrevistados admitem que vão deixar de pagar alguma conta para atender às vontades de seus filhos, um aumento de 7 pontos percentuais em relação ao ano passado.
Desses entrevistados, a maioria (12%) ainda não sabe qual conta deixará de pagar, enquanto 4% afirmam que deixarão de pagar o cartão de crédito e 3% os impostos de início de ano.
“Mesmo com o 13º, as promoções incentivando as compras e a insistência dos filhos, os pais não devem esquecer o planejamento financeiro para evitar entrar no próximo ano endividados”, alerta a especialista em finanças da CNDL, Merula Borges.
“Manter um teto de gastos é fundamental para não comprometer o orçamento familiar e o pagamento das contas”, lembra a especialista da Câmara Nacional de Dirigentes Logistas.