Com o término do pagamento do auxílio emergencial, o brasileiro já vive um impasse.
Devido às festas de fim de ano, várias cidades brasileiras estão regredindo nas práticas de isolamento e distanciamento social, promovendo o fechamento do comércio e também tomando medidas mais duras para evitar uma contaminação em massa da população presente nos municípios.
Isso significa mais um período em casa, com o agravante de não possuir mais o benefício concedido pelo governo, que variava de R$ 300 a R$ 600 dependendo dos casos.
O governo estuda possibilidades para suprir essa ausência, uma vez que até o momento não há nenhuma previsão por parte dos órgãos federais de extensão do auxílio emergencial.
Uma das opções é a concessão de microcrédito. O recurso será destinado aos trabalhadores informais diretamente atingidos pelos impactos da pandemia em suas finanças e deverá estar à disposição já no primeiro trimestre deste ano.
Como Será o Microcrédito?
A intenção do governo é liberar para o trabalhador um empréstimo de R$ 1,5 mil a R$ 5 mil.
Esse benefício será disponibilizado pela Caixa Econômica Federal, que também vem sendo responsável pela liberação do auxílio emergencial e de outros programas do governo federal, como o Bolsa Família.
É importante salientar que a Caixa já disponibiliza aos brasileiros R$ 10 bilhões para financiamento da linha de crédito.
Com o microcrédito destinado ao trabalhador informal, o montante geral à disposição chegaria a R$ 25 bilhões.
Para ajudar os brasileiros que estão desocupados e planejando a salvação de seus pequenos negócios – ou até mesmo a criação de novos empreendimentos-, a equipe econômica do governo vem precisando ceder, além de pensar em estratégias criativas para sanar o déficit que a pandemia carregará também para o ano de 2021.
Facilidade Para a Caixa
O que acelerou o processo de aprovação da concessão de microcrédito foi o sucesso da Caixa, que viu a abertura de contas aumentar de forma vertiginosa.
Cerca de 33 milhões de brasileiros não eram clientes da Caixa. Todavia, a conta poupança aberta para recebimento do benefício pode ser uma chance para que milhares possam recorrer a um dinheiro extra.
A expectativa da Caixa é manter abertas as poupanças digitais, mesmo após o término do pagamento do auxílio emergencial.
Dessa maneira, será possível aos brasileiros informais em dificuldade solicitarem o empréstimo junto à Instituição financeira, Mais detalhes de como será o programa deverão ser divulgados nos próximos dias.
Impossibilidade de Seguir Com o Auxílio
O presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido) declarou recentemente que o governo federal se endividou em R$ 700 bilhões para conter a pandemia.
É mediante a esses números astronômicos que o chefe de estado sustenta que não há como mais seguir com o pagamento do auxílio emergencial.
Em contrapartida, o fim do programa deverá aumentar também a taxa de desemprego no país. Sem o auxílio, as pessoas vão começar a procurar empregos e esses números serão incluídos nas estatísticas.
É preciso lembrar que a taxa de desemprego no Brasil chegou a 14,2%, recorde desde o início da série histórica.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid-19 (Pnad Covid-19),do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), realizada no mês de novembro do ano passado, 14 milhões de pessoas estão sem emprego no país. Em outubro, o mesmo indicador apontava 13,8 milhões de desempregados, uma taxa de 14,1%.
Além do Desemprego, Qual o Impacto do Fim do Auxílio Emergencial à Economia Brasileira?
Um estudo do Santander mostrou que o auxílio emergencial ampliou a massa salarial brasileira para R$ 326 bilhões de reais.
Aliado a isso, o Benefício Emergencial para Preservação do Emprego e da Renda (BEM), que permitiu a redução da jornada de trabalho e do salário, também ajudou a equilibrar esse balanço, garantindo a capacidade salarial do trabalhador.
Mas com o término desses dois instrumentos, a projeção do Santander é de uma queda de mais de 60 bilhões de reais da massa salarial ampliada.
Uma situação curiosa levantada pelo Banco, todavia, é que o consumo das famílias brasileiras tende a aumentar 2,1% em 2021.
No ano passado, o mesmo indicador mostrou uma queda de 4,3%. Mas as projeções seguem bastante incertas e dependentes de variáveis, que vão desde a segunda onda da Covid, a questão fiscal e tributária, além da expectativa pelo lançamento de um calendário vacinal, o que pode aquecer o mercado e retomar a escalada dos negócios pelo país.