O avanço da pandemia tem causado um impacto significativo nas finanças dos brasileiros, conforme revelado por uma pesquisa realizada pelo Instituto Axxus, uma startup de tecnologia da Unicamp. De acordo com o levantamento, 86% dos entrevistados afirmam que suas finanças foram muito prejudicadas devido à crise sanitária.
Dos 2.500 entrevistados de todas as regiões do país, 76% reconhecem que não estão administrando bem suas finanças pessoais desde o início da pandemia, enquanto apenas 8% consideram estar fazendo uma boa administração do dinheiro.
O aumento do endividamento durante a pandemia é atribuído ao consumo excessivo e à contração de mais dívidas, de acordo com os entrevistados. Comprar demais, mantendo o padrão de vida anterior à pandemia, e fazer mais dívidas devido à falta de planejamento financeiro são apontados como principais motivos para esse desequilíbrio financeiro.
Além das dificuldades financeiras, a pesquisa também revela impactos na saúde mental dos entrevistados. Cerca de 71% dos que relataram enfrentar problemas financeiros também afirmaram ter tido insônia, 45% relataram sintomas de somatização e 14% relataram depressão.
Comparando os resultados de 2019 com os de 2021, observa-se uma diminuição nos perfis de poupadores e equilibrados, enquanto o número de pessoas que se consideram muito endividadas mais que dobrou desde o início da pandemia.
Quanto à administração das finanças do lar, 46% dos entrevistados afirmam que a principal responsável pela administração financeira da casa é uma mulher, enquanto 43% afirmam que é um homem. No entanto, os dados mostram que as mulheres foram mais impactadas pela crise, com muitas delas enfrentando dificuldades para conciliar trabalho, responsabilidades domésticas e cuidados com os filhos durante a pandemia.