Se por um lado, a pandemia do novo coronavírus mostra exemplos de quem tem conseguido investir e se reinventar, por outro ela revela um lado um pouco mais delicado da questão, já que há quem veja na fragilidade do momento uma oportunidade de se aproveitar da situação, mas de maneira criminosa. Com o objetivo de ajudar a população a identificar golpes, praticados tanto física quanto virtualmente, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) lançou uma cartilha para orientar a população sobre os principais golpes praticados. O material elenca as principais estratégias usadas pelos criminosos. Além disso, há dicas valiosas de como você deve se proteger e não cair nestas “armadilhas”.
Dentre os principais golpes citados pela corporação, destacam-se: o golpe do bilhete premiado, o golpe dos falsos agentes de saúde (atenção redobrada neste período da pandemia de Covid-19), o golpe da troca de cartão, o golpe do crédito contemplado em consórcio, dentre outros. Além desses crimes presenciais, há também os praticados pelo telefone, como: os famosos golpes do falso sequestro ou o golpe do parente que “quebrou” o carro. Há, ainda, o destaque para uma modalidade que vem crescendo muito, nos últimos tempos: os chamados golpes virtuais, aqueles praticados pela Internet. Nesta linha, destacam-se: o golpe do WhatsApp clonado, o golpe do falso namorado, o golpe do falso site de compras etc.
Para você ficar em alerta máximo e não cair em qualquer um destes crimes, o Unum te aponta os principais golpes praticados pelos estelionatários e as dicas para que você não seja mais uma “presa fácil” destes criminosos. Acompanhe e se informe!
1. Golpe do bilhete premiado
O golpe do bilhete premiado é um dos mais antigos no país, e tem diferentes formas de ser aplicado. No geral, todos seguem uma mesma linha de raciocínio: as vítimas, normalmente idosas, são abordadas na rua por pessoas aparentemente muito humildes e sem instrução. Não se engane! Os golpistas usam desse disfarce para conquistar a empatia das vítimas. Logo após a abordagem, o bandido conta que tem em mãos um bilhete premiado. O valor é sempre alto e ele logo sugere que a vítima fique com bolada em troca de um valor menor em dinheiro, ou ainda, de um bem material, pois supostamente, precisaria levantar qualquer valor urgentemente. Em algumas versões do golpe, os bandidos dizem que por motivos religiosos, não podem ficar com todo o dinheiro, ou pedem para que a vítima seja sua testemunha na hora de sacar o prêmio. Nesse caso, sugere para que a pessoa lhe dê um valor para mostrar boa fé. Há ainda, casos em que os estelionatários fingem não poder retirar o prêmio por não terem documentos, oferecendo parte do prêmio para que a vítima saque em seu lugar. Porém, esta deve lhe dar uma garantia de que não irá roubá-lo, e dessa forma, muitos são enganados.
Raramente os bandidos atuam sozinhos. Enquanto um aborda e comove a vítima para que ela concorde em ajudar, o comparsa finge ser uma pessoa descompromissada que ouviu a conversa por acidente e que também quer contribuir. Isso dá credibilidade a conversa do primeiro estelionatário. É ele quem propõe uma solução para o problema em questão. Em alguns casos, sugere que seja cobrada da vítima uma quantia em dinheiro para provar sua boa intenção; em outros, ele mesmo doa dinheiro para estimular a vítima a fazer o mesmo. A cena é sempre muito convincente e bem pensada, dessa forma, não acredite ser mera coincidência se tudo acontecer próximo a uma agência bancária. Geralmente nesses casos, o bandido vai apresentar documentos que comprovem que o bilhete realmente, foi premiado, (certamente forjados), mas atenção: não busque confirmar via internet a veracidade do bilhete na presença dos bandidos, pois, uma vez aplicando um golpe, podem agir com agressividade. Quase sempre, após a vítima ser enganada, os bandidos fogem. As desculpas são inúmeras: fingem ir ao banheiro, ou acompanham a vítima até sua residência, alegando que precisam de documentos e comprovante de residência para o saque do prêmio. No entanto, no momento em que a pessoa enganada entra na casa, os bandidos desaparecem.
Como se prevenir? A primeira coisa a fazer em caso de receber uma abordagem suspeita, é duvidar. Não existe dinheiro fácil, ainda mais vindo de estranhos no meio da rua. Diga não ter interesse, saia de perto da pessoa e acione a polícia, para que possa checar o que está acontecendo. Não se deixe levar pela aparência dos bandidos, pois alguns fingem ser pobres e outros, ricos, bem vestidos, com automóveis novos e caros.
2. Golpe dos falsos fiscais
Neste golpe, falsos fiscais chegam à empresa bem vestidos, equipados com computadores e até com uma falsa carteira funcional. Eles anunciam a fiscalização e fazem exigências para verificar os livros de registro financeiro e vistoriar o negócio. Eles fazem pressão, assustam o empresário, inventam uma irregularidade e dizem que terão que fechar a empresa. Então, exigem uma quantia para que isso não aconteça, por exemplo, R$ 50 mil, e vão negociando, às vezes baixam até R$ 5 mil, em um exemplo hipotético.
A Receita Federal, no entanto, possui um mandado de procedimento fiscal, com um número de registro que deve ser consultado no site do órgão. O fiscal apresenta o mandado e o empresário pode consultar, na hora, pelo site, se a fiscalização procede ou não. Se identificar um falso fiscal, o empresário tem que se preparar, combinar uma visita posterior, acionar a polícia federal ou civil e armar um flagrante, orienta a Receita. O golpe tem algumas variações, como um contato telefônico anterior, que já negocia uma quantia para evitar a fiscalização, ou vistoria em nome de outros órgãos, como o Estado, Município ou Ministério do Trabalho.
Como evitar? Cheque junto ao órgão se a fiscalização procede e, se possível, chame seu contador para acompanhá-la. Desconfie sempre. Fiscais da Receita Federal e Estadual não tomam decisões independentes.
3. Golpe dos falsos agentes de saúde
Valendo-se da pandemia do novo coronavírus, os golpistas, trajando uniformes e crachás falsos, chegam as casas e alegam que estão testando toda a população para detectar o Covid-19, para assim tentar acessar os imóveis.
Outro golpe identificado ocorre quando cidadãos recebem ligações de suspeitos que se identificam como agentes da prefeitura e solicitam dados pessoais para serem usados de forma fraudulenta.
Como agir? As secretarias de saúde estaduais e municipais não estão testando, em massa, a população. Além disso, não estão enviando agentes de saúde às residências para fazer o teste. Portanto, caso seja abordado, desconfie e não abra a porta de sua casa para estranhos!
4. Golpe da troca de cartão
Basicamente, o golpe funciona da seguinte forma: ao inserir o cartão na maquininha, os criminosos, alegando que a máquina está sem sinal, se afastam da vítima. Nesse momento, que pode ser apenas um instante, eles realizam a troca do cartão por outro exatamente igual, mas com outro nome. Sem perceber que houve a substituição, a pessoa digita a senha normalmente, enquanto outro criminoso fica atento para identificar quais os dígitos. O vendedor devolve o cartão e entrega a mercadoria normalmente e, sem perceber o golpe, a vítima guarda o cartão sem conferir se é realmente o seu. Enquanto isso, com o cartão em mãos e a senha na cabeça, o outro criminoso realiza uma transação com alto valor, normalmente na casa dos milhares. Normalmente a vítima só fica sabendo do ocorrido quando recebe alerta do banco informando os gastos.
Apesar da identificação de movimentações atípicas estar entre as responsabilidades do banco, não são todos os casos que a vítima tem a quantia restituída pela instituição financeira. Há relatos de pessoas que conseguiram recuperar o dinheiro rapidamente com o banco e casos em que não acontece o ressarcimento, mesmo entrando na justiça. Para os bancos e também para a justiça, quando a transação acontece por meio de senha a responsabilidade é do consumidor e não do banco. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem julgado a maioria dos casos desse tipo de golpe favorável ao banco. Dessa forma, mesmo entrando na justiça, não há garantia de que a vítima receberá o dinheiro de volta.
Como se proteger do golpe? Quando for participar de eventos de grande magnitude, o mais recomendado é não usar o cartão nas suas compras durante o festejo. Vá até o caixa eletrônico, saque uma quantia e pague tudo no dinheiro. Essa atitude também ajuda e evitar gastar mais do que o estipulado. Lembrando que esses golpes não são exclusivos de grandes eventos, apesar de serem mais frequentes com multidão e pessoas alcoolizadas. Por isso, sempre que for pagar algo no cartão, verifique se ele não foi trocado no processo, principalmente se o vendedor se afastar de você por um tempo. Outra dica importante: quando for digitar a senha, tente encobrir o campo de visão, fazendo uma “cabaninha” com as mãos e inclinando seu corpo sobre a máquina, dificultando a visão do teclado. Em cartões de crédito, raspe o número de segurança dele, assim, será mais difícil para realização de fraudes com ele. Uma dica que pode ajudar é colocar um adesivo chamativo no lado oposto do chip, assim, você conseguirá observar, logo que o criminoso retornar, que o cartão não é o seu e tomar as devidas providências.
5. Golpe do falso motoboy
Nestes tempos de isolamento social, tem aumentado este tipo de golpe no Brasil, especialmente nas grandes cidades. Tudo começa com um telefonema de uma pessoa que se passa por um funcionário de banco. Ela diz que o cartão da pessoa foi clonado e que é necessário bloqueá-lo. O atendente, então, solicita dados da vítima, inclusive a senha, e recomenda que o cartão seja cortado ao meio. Na sequência, é dito que um motoboy será enviado até o endereço para recolher o cartão e fazer outras análises para o cancelamento de compras irregulares. O detalhe é que ao cortar o cartão no meio, o chip não é danificado. Então, com senha e o chip disponível, os golpistas conseguem fazer as compras que quiserem.
Apesar de ser um golpe curioso e elaborado, aliás, exige que um dos envolvidos vá até onde você mora, ele não é necessariamente novo. No entanto, com este período com mais gente fazendo home office ou sem sair de casa, há mais potenciais vítimas. De acordo com a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), em nenhuma circunstância os bancos enviam funcionários para recolher cartões de clientes. Além disso, a entidade ressalta que quando precisar descartar um cartão, é importante que a pessoa corte o chip para impedir a reutilização.
Como evitar este golpe? Nunca entregue seu cartão para terceiros, já que bancos não pedem devolução ou enviam funcionários até sua casa para recolher o cartão. Caso receba uma chamada, nunca informe ou digite sua senha para o atendente. Se precisar destruir seu cartão, o faça de forma vigorosa, preferencialmente destruindo o chip. Mande ver e corte-o em pedaços com uma tesoura.
6. Golpe da carta de crédito contemplada em consórcio
A venda de uma carta já contemplada é uma operação autorizada, mas que deve ser feita com muito cuidado. Alguns golpistas oferecem cartas de crédito já contempladas. Isso a partir do contato de outras pessoas ou, por exemplo, por meio de anúncio no jornal.
A vítima é levada a acreditar que, pagando uma comissão, vai entrar em um consórcio já sorteado, saindo com a carta em mãos para adquirir o bem. Depois de receber documentos que comprovariam o sorteio, faz o pagamento da taxa de transferência e, mais tarde, descobre que foi enganada.
Como não cair no golpe? Bem, a venda de um consórcio contemplado pode ser realizada apenas se um participante do grupo obteve a carta de crédito e deseja sair. De toda forma, essa operação deve ser autorizada pela empresa organizadora e pode incluir custos adicionais de transferência.
7. Golpe do falso sequestro
Muitos já conhecem o modo de operação dos golpistas no Falso Sequestro. Eles ligam para um número de telefone e dizem que sequestraram um parente próximo da vítima. Algum integrante da quadrilha começa a simular uma voz de choro e desespero, pedindo por socorro. Aterrorizada com a situação, muitas vezes a pessoa que está ao telefone fica sem saber como agir e acaba dizendo, ela própria, o nome de alguém. Com essa informação, os golpistas se tornam ainda mais convincentes e exigem um depósito para que o parente seja libertado.
Há situações em que os criminosos sequer precisam de um telefonema para obter os dados necessários para aplicar o golpe do falso sequestro. Nas redes sociais, muitas pessoas publicam todas as informações de que os golpistas precisam: fotos, nomes, grau de parentesco. Nem tudo deve ser compartilhado, e é fundamental que o usuário entenda e utilize as ferramentas de privacidade das redes em que mantém conta. Há versões mais modernas do golpe do falso sequestro sendo aplicadas. Com informações obtidas em redes sociais, golpistas conseguem enganar, simultaneamente, vários integrantes de uma mesma família.
Como não cair no golpe? Ligue imediatamente para o parente citado pelos golpistas ou para alguém próximo a ele. Se não for possível ligar naquele momento, peça informações muito específicas, que somente este parente saberia responder. Pode ser qualquer coisa: o nome de tios, avós, algum animal de estimação, lugares que visitou. O objetivo é ter certeza de que eles realmente estão com aquela pessoa. Então, só tenha cuidado de certificar-se de que não são informações que estão públicas em uma rede social que possa ter sido acessada pelos golpistas. Não faça depósitos e transferências bancárias. Ao menor sinal de dúvida de que um sequestro realmente esteja em curso, comunique a Polícia Militar. Por mais que os criminosos pressionem para que as autoridades não sejam acionadas, esta ação é imprescindível para que a ocorrência seja tratada da melhor forma. Muitas vítimas, por vergonha, não denunciam ou compartilham suas experiências. Disseminar informação é uma ferramenta muito poderosa para evitar que outras pessoas caiam no mesmo golpe. Por fim, por mais desesperadora que seja a situação, tente manter a cabeça fria para não ser, facilmente, envolvido pela conversa dos criminosos.
8. Golpe do parente que “quebrou” o carro
Esta modalidade, que também é antiga, ainda faz muitas vítimas por aí! O autor liga e diz: “Oi, tio, meu carro quebrou, preciso de ajuda”. Na maioria das vezes, desesperada, a vítima dá o nome de algum parente, e o autor confirma que é ele mesmo. Entretanto, se a vítima não se recorda da voz, o autor questiona se o “tio” teria se esquecido de seu “sobrinho”.
O “tio”/vítima, constrangido, acaba se sujeitando às solicitações. O autor, então se valendo da situação e do total domínio psicológico da vítima, pede transferências bancárias ou recargas de celular, o que a vítima, atordoada, repassa, sem questionamentos.
Como agir? Fique calmo, desligue o telefone e entre em contato com a suposta pessoa que estava conversando, se possível d forma imediata, para confirmar os fatos.
9. Golpe do cartão clonado
O autor liga para a vítima e questiona se ela emprestou o cartão para alguém que está em outra cidade. Com a negativa da vítima, o criminoso pede que ela desligue e ligue para o 0800 que consta no verso do cartão, mas o autor continua segurando a ligação. A vítima disca o número e o golpista coloca uma gravação simulando ser de uma instituição bancária.
Dessa forma, a vítima fornece seus dados pessoais, pensando estar se comunicando, de fato, com alguém de seu banco. O criminoso diz que um policial ou funcionário do banco passará para coletar o cartão clonado. Com esse cartão em mãos e todas as informações da vítima, os autores realizam saques, transferências bancárias e compras.
Como agir? Ao receber ligação de qualquer instituição dizendo que seu cartão foi clonado, vá imediatamente até sua agência bancária e converse pessoalmente com seu gerente. Atenção! Com o coronavírus, autores estão dizendo que os bancos pedem que seus funcionários busquem o cartão bancário de idosos em casa. Isso é méntira!
10. Golpe do intermediador de vendas
O autor consegue o telefone da vítima em sites de vendas, por exemplo, o da OLX, ou o da Webmotors, diz que se interessa pelo bem anunciado e pede para tirar o anúncio da plataforma. Assim, o criminoso cria um anúncio com as fotos do bem da vítima, mas com valor abaixo do preço praticado. Com a vítima interessada em vender o bem, o autor diz que pagará uma dívida que possui com outra pessoa e pede silêncio no momento de apresentar o bem para outra vítima, prometendo lucro financeiro nesta negociação silenciosa. A vítima interessada em comprar, também é orientada a se manter em silêncio e por isso ganhará um desconto. Com isso, o autor fornece algumas contas bancárias diversas da conta da vítima que está vendendo o bem.
Com a transferência, o autor orienta as partes a irem até um cartório e preencherem o recibo do veículo, para dar mais veracidade ao golpe. Quando as vítimas percebem, o recibo já foi preenchido e todo o dinheiro da negociação foi parar na conta do autor.
Como agir? Manter o maior diálogo possível entre vendedor e comprador. Solucionar todas as dúvidas. Fazer depósito na conta corrente do anunciante e não para terceiros ou intermediadores. Jamais manter silêncio neste tipo de negociação.
11. Golpe do parente internado
O golpe que se aplica pela dor e pelo desespero de quem enfrenta um problema sério de saúde na família. Em uma situação hipotética, mas que infelizmente acontece com muitas vítimas, Beatriz estava internada, havia mais de duas semanas, na UTI de um dos mais importantes hospitais de São Paulo, em estado grave. Seu marido, Felipe, havia passado a noite em casa e, naquela manhã, chegou ao hospital por volta das 7h30, ansioso em conversar com o médico de plantão. Ele queria saber como seria o exame que sua esposa iria realizar em instantes.
Uma hora antes, ele havia recebido a ligação de um homem que se identificou como funcionário do hospital e lhe comunicou sobre o procedimento. Este homem explicou que Beatriz precisava fazer um exame com urgência; era um exame caro e a operadora de saúde não estava dando autorização. Recomendou que não era prudente esperar. Felipe não pensou duas vezes, transferiu pouco mais de R$ 7.000 para pagar o exame e correu para o hospital. Descobriu, então, que nenhum exame estava agendado, tampouco algum funcionário do hospital havia ligado para ele. Se já não bastasse o difícil momento que viviam, Felipe havia caído em um golpe.
Como agir? Mantenha a calma e fique atento. Nenhum hospital, seja público ou privado, faz este tipo de chamada ou age desta maneira. Se receber uma ligação como esta, procure manter a calma e avise que você irá conversar diretamente com alguém da equipe médica. Se for possível, anote o telefone de quem fez a chamada e denuncie ao setor de tesouraria ou atendimento ao cliente do hospital, que são as áreas que realmente se envolvem nas questões financeiras. Se você foi vítima deste golpe, cobre do hospital uma explicação. Como os criminosos que lhe causaram este mal tiveram acesso aos seus dados e a ficha médica do paciente, informações tão sensíveis e que deveriam estar muito bem protegidas?
12. Golpe do WhatsApp clonado
Nesse golpe, os criminosos conseguem ativar, em outro aparelho celular, a conta do WhatsApp da vítima, que para de funcionar. Por meio dessa ativação, os criminosos conseguem recuperar as conversas existentes no histórico do aplicativo de mensagens. Os criminosos, então, se utilizam de sites de compra e venda de produtos na internet, como OLX ou Mercado Livre, por exemplo. Ao terem acesso a anúncios e ao número de telefone das vítimas, os autores se passam por funcionários desses sites e solicitam um código para ativar o anúncio; na verdade este código é uma verificação do WhatsApp, ou seja, o golpista digitou o número de celular da vítima no WhatsApp dele.
Sendo assim, o código de verificação para habilitar o WhatsApp foi para o celular da vítima. Assim que ele digitar os seis números do código, que a vítima forneceu, ele instala o WhatsApp da vítima para o WhatsApp dele, e a vítima perde o acesso ao aplicativo. Os criminosos, em posse do Whatsapp da vítima, acessam os contatos dela para cometer o crime de estelionato (solicitando dinheiro a parentes e amigos da pessoa).
Como agir? Habilitar a “confirmação em duas etapas” – no WhatsApp, clicar em “Configurações / Ajustes”, depois clicar em “Conta” e depois em “confirmação em duas etapas. Jamais enviar para qualquer pessoa o código de 6 números. Caso já tenha enviado o código e caído no golpe, envie um e-mail para [email protected], pedindo a desativação temporária de sua conta do WhatsApp, explicando o que ocorreu.
13. Golpe do falso leilão
Os sites falsos, onde são realizados os também falsos leilões, são geralmente hospedados fora do Brasil, na maioria das vezes não são terminados em .com.br. As vítimas conhecem os sites de leilões fraudulentos através de propagandas no Google e em redes sociais. Se cadastram enviando cópias de documentos pessoais por e-mail ou Whatsapp, recebem ligações confirmando o cadastro e são liberados a acompanhar o leilão falso on-line e a ofertar lances. Geralmente os lances são únicos e ganhadores.
Após a vítima ofertar o lance, é enviado para as vítimas uma carta de arrematação onde há os dados bancários de pessoas físicas (laranjas) para depósitos e transferências. A vítima então efetua o pagamento do bem e envia o comprovante. Após o recebimento dos comprovantes, os autores bloqueiam as vítimas no WhatsApp e passam a não atender os telefonemas das vítimas. Alguns sites fraudulentos estão utilizando cópias dos layouts de sites do Detran.
Como se prevenir? Para evitar cair em golpes, os interessados devem prestar informações por meio de canais oficiais. O site falso solicita dados pessoais do interessado, além de apresentar veículos de luxo com preços muito abaixo do praticado, o que pode atrair a atenção do possível comprador, levando a realizar depósito sem qualquer garantia.
14. Golpe do falso namorado
Os autores procuram vítimas em sites de relacionamento. Após abordarem a vítima virtualmente, demonstram interesse amoroso, e posteriormente, passam a se comunicar via aplicativo de mensagens. As vítimas podem ser homens ou mulheres. Com o namoro virtual, o autor diz que está doente e que precisa de dinheiro para o tratamento. A vítima, já totalmente envolvida emocionalmente, doa dinheiro.
Há também os casos em que os bandidos se passam por namoradas estrangeiras, iludem as vítimas e afirmam que estão enviando um presente. Um outro autor se passa por funcionário dos Correios de outro país e solicita que um alto valor seja transferido para uma conta bancária, alegando que o presente ficou preso na alfândega. Com essa solicitação, somada à pressão sentimental que o falso namorado faz, a vítima acaba cedendo e transfere o dinheiro. O namorado desaparece após tirar muito dinheiro da vítima.
Como agir? Tente encontrar o namorado que conheceu pela internet pessoalmente, para saber se efetivamente ele existe. Vale destacar que o primeiro encontro seja, preferencialmente, em local público. Outra dica importante: jamais transfira dinheiro para namorados (as) virtuais.
15. Golpe do falso boleto
A empresa recebe um boleto de cobrança através dos Correios, e-mails, Whatsapp ou acessa o documento através de um site na Internet. Efetua o pagamento, acha que está tudo certo e depois de algum tempo recebe uma mensagem de cobrança informando que o boleto não foi pago.
Ao verificar descobre que pagou um boleto falso. O golpe consiste em alterar a linha numérica e o código de barras, para enviar o valor pago para uma outra conta e muitas vezes para outro banco. Os dados no corpo do boleto são reais, mas os dados da linha numérica, que é informação mais importante no momento do pagamento, são falsos. Muitas vezes o código de barra também é alterado ou fica inelegível, para forçar a digitação da linha numérica.
Como evitar? As regras de segurança da informação devem ser aplicadas, atendendo pelo menos os requisitos básicos. As recomendações são as de sempre, manter antivírus atualizado, treinar funcionários e parceiros quanto as boas práticas de segurança, utilizar firewalls, manter backup atualizado e fora da empresa etc. Além disso, a grande maioria das fraudes podem ser identificadas com checagem das informações, algumas verificações no próprio boleto recebido podem ajudar a detectar a fraude.
16. Golpe do falso site de compras
Os autores criam sites falsos de venda de mercadoria, com o layout muito parecido com um de uma grande marca que, de fato, existe. Agem de maneira extrema na Black Friday, mas atuam em todas as épocas do ano. Usam endereços de empresas famosas, alterando só o final do endereço eletrônico (no que você consumidor deve se atentar), bem como usam o layout dos sites conhecidos, tudo para ludibriar a vítima de que se trata de sites verdadeiros.
Ao adquirir produtos e serviços pela internet, é necessário conferir os requisitos básicos de segurança e se certificar que o endereço eletrônico do estabelecimento de interesse é, de fato, real. No comércio, a fraude do site falso tem se tornado bastante recorrente. No Brasil, praticamente todas as grandes lojas digitais já foram alvos de sites falsos ou clonados.
Como agir? Observe, com cuidado, todo o endereço eletrônico da empresa a qual você pretende adquirir um produto/serviço. Pesquise a reputação da empresa. Desconfie de objetos que estejam à venda por um preço muito abaixo daquele praticado no mercado.
A informação ainda é a melhor forma de se proteger contra criminosos. Tenha cautela! Desconfie sempre! Na dúvida, não faça!